“Muitos moradores do semiárido alagoano bebem água barrenta, com lodo por cima, porque esta é a única água que eles tem”. A afirmação é de Sérgio Lúcio, assessor técnico da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), ao explicar como essa realidade está mudando desde 2009, com a viabilização do Projeto Água Doce, uma parceria dos governos federal, estadual e prefeituras para implantação de dessalinizadores e instalação de unidades completas de dessalinização. O projeto atinge 10 municípios e beneficia 24 comunidades. Sérgio e Eva Priscyla De Moraes, bióloga e também assessora técnica da SEMARH, proferiram palestra na quinta-feira (22.03) a noite, no auditório do Senac Poço - a convite da escola profissionalizante - sobre “Dessanilização das Águas Doces do Semiárido Alagoano”. O evento fez parte das comemorações do Dia da Água, contou com a participação de 130 estudantes dos cursos de Balconista de Farmácia, Técnico em Análises Clínicas, Técnico em Nutrição e Dietética, Técnico em Segurança do Trabalho e Técnico em Enfermagem e foi coordenado pela assessora técnica da área de Saúde e Meio Ambiente, Eliene Sarafim.

De acordo com os palestrantes, além de garantir à população do semiárido alagoano o acesso à água potável, o Água Doce também beneficia as comunidades de baixa renda com projetos de sustentabilidade. “A água salobra, que antes era jogada no lençol freático, hoje é usada em tanques de criação de peixes, a exemplo das tilápias, além da irrigação de uma planta chamada atriplex, conhecida como erva-sal, que precisa de água e sal para sobreviver. A planta serve de alimentação para ovinos e caprinos”, explicou Amanda. Para a implantação do projeto no semiárido alagoano, foram pesquisadas 80 comunidades da região e selecionadas aquelas com menor índice de Desenvolvimento Humano (IDH), menores índices pluviométricos, ausência ou dificuldade de acesso a outras fontes de abastecimento de água potável, além de maior índice de mortalidade infantil. O projeto Água Doce existe apenas no Nordeste e no estado de Minas Gerais.

Além da palestra, o Senac Alagoas transmitiu, no período da tarde, no auditório da Unidade Poço, a Teleconferência Em Foco: Rio + 20: Mudanças Climáticas. O programa foi exibido pela Rede Sesc-Senac para 400 salas e auditórios em todo o país. “Economia verde é uma economia que permite combater a pobreza e a desigualdade sem comprometer a qualidade de vida das novas gerações. É administrar o planeta Terra sem os riscos de impactos ambientais como os atuais”, afirmou Sérgio Besserman Vianna, presidente do Grupo de Trabalho da Prefeitura do Rio de Janeiro para a Conferência Rio +20 e da Câmara Temática de Desenvolvimento Sustentável da Cidade do Rio de Janeiro. Ele foi um dos debatedores da Teleconferência, que contou também com a participação de Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Difusão e Popularização da Ciência e da Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e José Antonio Marengo Orsini, chefe do Centro de Ciências do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),