Diante dos casos de violência contra os moradores de rua, entre eles, o que aconteceu em Brasília, quando dois moradores de rua foram assassinado a tiros, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), resolveu contabilizar essas pessoas. Cerca de 16 milhões de pessoas vivem em miséria absoluta e, uma parte delas, vivem em Maceió.

De acordo com o secretário de Assistência Social, Francisco Araújo, já havia uma solicitação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), para que o IBGE fizesse um levantamento detalhado sobre as populações de rua em todo país.

O objetivo desse levantamento é localizar, identificar e cadastrar os moradores de rua para que possam ser amparados, não apenas em ações pontuais, mas por meio de um programa de grande abrangência apoiado em projetos sociais patrocinados pelo governo central.

Para Francisco, a iniciativa é positiva, visto que, Maceió foi a primeira capital a criar um comitê que obriga as secretarias atender os moradores de rua.

“Nós temos esse comitê que assiste os moradores de rua. Inserimos essas pessoas no mercado de trabalho, as retiramos das ruas. Em 2010 tínhamos mais de 800 moradores de rua, só em Maceió, hoje temos cerca de 337. Conseguimos reduzir esse números fazendo uma ressocialização. Nossa equipe foi a campo para realizar mapeamento de todos os moradores de rua da capital para incluí-los no Sistema Integrado de Gestão Social”, afirmou.

Ao anunciar o novo trabalho do IBGE, a secretária Salete Camba comentou os casos de violência contra moradores de rua registrados nos últimos dias, o que, segundo ela, chamam a atenção porque escondem o sentimento de impunidade.

“Vivemos um tempo de descrença e de impunidade. Isso gera a violência. Há uma descrença de quem comete violência, por isso é necessário combater esse sentimento também”, disse.

Francisco Araújo disse ainda que esses casos em outras partes do país de violência dos moradores de rua pode ter acelerado o levantamento pelo IBGE.

“Estamos nos colocando à disposição do IBGE. Nós temos uma prioridade para as ações de apoio às populações carentes, em especial aos moradores de rua. Não podemos confundir morador de rua com viciados de rua, da mesma forma que não podemos, sob qualquer pretexto, condenar ao abandono ou transformar em alvo de agressão pessoas que, por inúmeras razões, se entregaram ao consumo de drogas”, frisou.

O Guardião da Cidadania é um projeto desenvolvido pelo município para minimizar a situação da população de moradores de rua da capital. O projeto visa contribuir com a promoção social de famílias, jovens, adolescentes e idosos, que vivem nas ruas, e que são desprovidos do exercício da cidadania e expostos em situação de extrema vulnerabilidade social.

Mortes dos moradores de rua

Em 2010 e 2011 quase 60 moradores de rua foram assassinados. Os crimes elucidados sofreram uma interferência da Força Nacional. Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Gilberto Irineu, os 25 crimes que aconteceram em 2011 foi porque não houve uma resposta da sociedade em relação aos outros crimes.

A maioria desses crimes estão ligados ao tráfico de drogas. Mas os crimes também têm outra motivação, como briga de ‘ponto’ de trabalho entre flanelinhas. Então isso dificulta a elucidação dos crimes.