Após o assassinato do militar Walter Sá, lotado no 10º Batalhão da PM, em Palmeira dos Índios, ocorrido na manhã desta quinta-feira (15), dentro de uma van nas proximidades da cidade de Atalaia, a diretoria da Associação de Cabos e Soldados em Alagoas (ACS/AL) resolveu se manifestar e solicitar providências acerca do caso.

No ano passado, diversos ofícios foram enviados aos sindicatos informando o risco de morte que corriam os passageiros, motoristas, cobradores e o próprio militar ao ter que viajar fardado em vans. Nos ofícios foi pedida a garantia de concessão da passagem para o militar não-fardado, haja vista que o PM e o BM correm riscos juntamente com os outros, caso algum assaltante, ao perceber o agente de segurança, atire sem se preocupar com as conseqüências. Os sindicatos que receberam os ofícios solicitando a concessão foram: Sindicato dos Transportes Complementares de Passageiros de Alagoas (SINTRANCOMP/AL), Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal), Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Alagoas (SINTRAN), Sindicato dos Rodoviários em Alagoas, entretanto somente um dos sindicatos se manifestou, o SINTRANCOMP/AL, em nome do seu presidente Dorgival Ferreira que publicou uma autorização de concessão para os militares viajarem, sem uniforme, mas alguns proprietários de vans não aderiram.

Em tom de desabafo, o vice-presidente da ACS/AL, cabo BM Rogers Tenório declarou: “Quantos militares terão que morrer para que este Governo e esses comandantes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, além do secretário de Defesa Social, possam observar que nós militares, estamos correndo risco de morte constantemente?”, indagou.

Ele disse ainda que todos os militares estão sempre a serviço da sociedade, enfrentando a violência que só vem crescendo em Alagoas, mas que não há valorização nenhuma. “Vivemos com escalas sufocantes e salários desvalorizados, ao mesmo tempo em que deixamos nossas famílias sem a certeza de que voltaremos. Precisamos de maiores garantias com relação a nossa segurança para que possamos proteger de forma mais efetiva a população. É necessário que sejam feitos investimentos, e isso é possível, sim”, declarou Rogers Tenório.

Em um levantamento realizado recentemente pela Organização Não-Governamental mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal ligada a ONU, Maceió é a terceira cidade mais violenta do mundo. “Até quando iremos viver com esta insegurança? Muitos policiais estão morrendo, mesmo não estando em seus horários de trabalho. Portanto, não dá para ver mais policiais e bombeiros tendo que pular catraca indo e vindo para os serviços no interior em vans e ônibus, tendo muitas vezes que viajar fardados para garantir que não faltem ao serviço ou retornem para seus lares”, finalizou Tenório.