Menos plissados aparentes, roupas mais versáteis, mais próximas do jeito comercial da marca Pleats Please: nem o Miyake ou o seu substituto, escaparam da necessidade de vender, sair do puramente conceitual. As modelos estavam até bonitas, fato raro nos seus desfiles, cheios de meninas com o "make nada" e cabelos sem trato. À primeira vista, trata-se de uma coleção meio sem graça, simples demais.

Isto, para quem não sabe que Miyake é autor dos mais cobiçados pelas mulheres executivas, que vivem em aeroportos, pelo que faz de vestidos e blusas que vestem bem, resistem a manutenções e lavagens variadas e ainda têm um aspecto nobre. Mesmo sem os plissados generalizados, estas propostas de inverno valem pelos recortes de várias texturas sedosas, pelos doudounes, os casacos acolchoados leves, que são em azuis e castanhos, com rede preta por cima.

Gostei mais ainda do modelo em branco e bege - pois é, um lance quente, perfeito para o inverno do hemisfério norte, mas a combinação de cores pode ser inspiradora. Importante notar que há leggings estampados e rendados, alguns looks que lembram pijamas e uma série de lenços estampados que brotam dos bolsos, cobrem as cabeças ou circulam os pescoços. Talvez façam parte das roupas, mas ficariam bons como acessórios avulsos. Quem não pode pagar 300 euros por uma roupa do Miyake, deve poder pagar menos por um lenço dele.