E a polêmica envolvendo a candidatura da Célia Rocha?

08/02/2012 07:51 - Blog do Vilar
Por Redação

A pré-candidatura da deputada federal Célia Rocha (PTB) em Arapiraca tem sido um ponto polêmico por conta das suposições de um possível acordo com o ex-deputado federal Francisco Tenório, que se encontra preso suspeito de envolvimento em crimes de mando. Tenório é suplente de Rocha e assumiria a vaga caso ela ganhe as eleições em Arapiraca.

O argumento é usado para minar a candidatura da petebista, inclusive já tendo sido indagado ao Ministério Público Estadual se há algo a fazer neste sentido: uma investigação sobre o possível acordo, por exemplo. Ora, a suposição de um acordo – felizmente para alguns; infelizmente para outros – não tira a legitimidade da candidatura de Célia Rocha.

Em particular, faço parte de um grupo de pessoas que cobram fidelidade eleitoral. Em outras palavras, o político que foi eleito para um cargo, teria que cumprir o seu mandato até o fim, antes de partir para outro. Acabar com este trampolim político que abre margem justamente para as discussões que se tem agora em caso concreto. Mas, infelizmente (para quem pensa como eu) ainda não há suporte legal para o defendido.

Mas, isto fica para um aprimoramento da Democracia, que é um processo e não um produto. Quem sabe, lá na frente, não tenhamos uma fidelidade eleitoral que coíba (ou até mesmo proíba) situações que hoje são legais, portanto, legítimas, como é o caso da pré-candidatura de Célia Rocha em Arapiraca. Independente de acordo ou não, a deputada federal age dentro de um direito que ela possui.

Se vai beneficiar A ou B em suposição de vitória futura, é uma análise de conjuntura política que cabe ao eleitor, diante do que já está exposto. E assim, que a resposta venha por meio das urnas, após discussões sobre possíveis cenários políticos para Alagoas, o que é natural de qualquer eleição.

Evidente que ainda há um índice de analfabetismo político, que há a compra de votos, os benefícios indiretos e diretos que atrapalham um processo limpo. Estes precisam ser combatidos sempre e cada vez mais, para buscarmos a garantia da análise e decisão legítima do eleitor. Afinal, Democracia não é produto; é um processo em construção.

Mas, o que é pior: a decisão nas mãos do eleitorado que temos hoje, ou encher o processo eleitoral de paternalismos que decidam por nós, em virtude de “uma causa”, “um bem comum”, etc, etc, etc...?

Em minha humilde opinião, o que não se pode é atropelar este processo com um discurso paternalista de que existem forças superiores capazes de peneirar candidatos, apresentando-nos O MELHOR diante da INCAPACIDADE DA ESCOLHA.

Quem deve fazer isto é a lei, tornando inelegível quem de fato tenha feito por onde se tornar inelegível. No mais, é uma escolha que cabe ao cidadão. A resposta para Célia Rocha deve ser nas urnas; assim como para seu adversário Rogério Teófilo (PSDB), assim como para qualquer outro, em qualquer eleição.

Se legitimas são as candidaturas, que o eleitor reflita sobre o rumo que está tomando e a quem está (ou não!) favorecendo!
 

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