O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas ofereceu denúncia, nesta segunda-feira (6), contra o médico Celio Roberto de Carvalho Silva, acusado de tráfico ilícito de entorpecentes. Em maio do ano passado, Celio Roberto foi preso em flagrante com mais de mil comprimidos ansiolíticos e antidepressivos, durante uma barreira da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nas imediações do Km 247 da BR 101, no município de Porto Real do Colégio.

O médico tentou ultrapassar a barreira policial e foi interceptado. Ao ser multado pela transgressão, Celio Roberto desacatou agente e passou a fazer rondas em frente ao posto policial. Foi preso em flagrante e no carro foram encontradas duas armas brancas, os medicamentos, além de um paralelepípedo envolto em um pano.

O autor da denúncia, o procurador da República Samir Cabus Nachef Junior, destaca que os comprimidos Santiazepan (diazepam 10 mg) e Sertralin, encontrados com o médico, são enquadrados como substâncias entorpecentes que podem causar dependência química. "O transporte de drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar importa em crime, cuja pena é de cinco a 15 anos de reclusão, além de multa", explica.

A denúncia aponta para a conexão entre os crimes de tráfico de entorpecentes, desacato e ameaça contra policial. Celio Roberto ameaçou apedrejar o veículo da PRF e atear fogo. Para o procurador da República, o crime de desacato e a tentativa de "furar" a barreira foram praticados possivelmente com o intuito de omitir o transporte dos medicamentos.

Legislação

O MPF requer a condenação de Celio Roberto, que incorreu nos art. 331, caput, e art. 147, caput, ambos do Código Penal, combinados com o art. 69 também do CP; conexos com o crime do art. 33, caput, da lei 11.343/06 (Lei de Drogas). Se condenado, pode cumprir pena máxima de até 17 anos e seis meses de reclusão.