A comitiva interministerial chegou a Maceió, na tarde desta terça-feira (7), para iniciar os trabalhos de adesão de Alagoas no programa “Crack, é possível vencer”, do governo federal. Os representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e Assistência Social se reuniram com o governador Teotonio Vilela Filho, no hotel Radisson, onde foi exposto o plano que será implementado no Estado.

Antes do início dos trabalhos, o governador Teotonio Vilela fez uma explanação sobre o problema do crack em Alagoas. Segundo ele, a droga vem matando jovens em Alagoas, colocando o Estado como campeão do número de homicídios no Brasil.

“Os dados são cruéis. Estamos vendo uma verdadeira matança dos nossos jovens. A vítima é quase sempre o jovem com idade entre 17 e 24 anos, desempregado e usuário de crack. Esse perfil é o de mais de 90% dos mortos”, detalhou o governador.

Vilela afirmou que Alagoas vem fazendo o possível para reduzir esta triste estatística, seja com o aparelhamento dos órgãos de Segurança Pública, seja com a prevenção. “Adquirimos equipamentos para as polícias. Vamos fazer concursos para a Polícia Militar, Civil e Perícia Oficial nos próximos meses. Estamos atendendo mais de 800 jovens em 28 comunidades terapêuticas, mas sabemos que é preciso fazer muito mais”, afirmou

O governador fez questão de ressaltar que Alagoas tem a humildade para ouvir as críticas e sugestões dos técnicos do governo federal. “Queremos ser ajudados, monitorados. O que não podemos é ficar sozinhos nessa luta”, disse Vilela.

A secretária Nacional de Segurança Pública, do Ministério Público, Regina Miki, ressaltou que o desafio de enfrentar o crack em Alagoas é árduo, mas que o governo federal vai ajudar o Estado em três planos: o de cuidado, de prevenção e o de repressão ao tráfico de drogas.

“Neste primeiro momento, vamos fazer uma reunião para apresentação do programa, conhecer a realidade de Alagoas, para que, ao final, possamos estabelecer um cronograma. Na próxima vez, já devem vir os ministros para a assinatura da adesão de Alagoas ao Crack, é possível vencer”, explicou Regina Miki.

Helvécio Miranda, do Ministério de Saúde, fez um comparativo entre a luta contra o crack com a que Alagoas travou contra a mortalidade infantil. “Alagoas era a campeã negativa e hoje melhorou muito estes números. Vamos fazer o mesmo com crack”, ressaltou.

O representante da Casa Civil, Pedro Pontual, afirmou que, em um primeiro momento, o programa “Crack, é possível vencer”, será aplicado em Maceió, devendo ser ampliado para a região metropolitana.

O secretário de Defesa Social, Dário Cesar, explicou que, além das reuniões entre os técnicos do governo estadual, federal e municiais de Maceió, a comitiva também vai fazer visitas para conhecer o trabalho que já vem sendo feito em Alagoas. “Vamos dar todo o suporte para que a comitiva saia de Alagoas com o maior número de informações possível”, disse Dário Cesar, acrescentando que a comitiva deve conhecer a Base Comunitária do Selma Bandeira, Comunidade Acolhedora de Rio Largo e favela do Dique Estrada.

A comitiva retorna para Brasília, ainda nesta quarta-feira, fazendo uma reunião interministerial na sexta-feira, para avaliar o trabalho realizado em Alagoas.