A coordenadora do Fórum Permanente de Combate às drogas em Alagoas, Noélia Costa classificou como positiva a escolha do Estado para participar do programa “Crack, é possível vencer”, lançado pelo Governo Federal. No entanto, ela destacou a importância dos recursos serem utilizados após uma ampla discussão com a sociedade civil e Ongs.
Mais sete estados foram beneficiados para participar do programa, anunciado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo em parceria com o Ministério da Saúde com o objetivo de aumentar a oferta de tratamento para os usuários de drogas e em atividades de prevenção.
“Vem muito dinheiro para este programa, pois a questão do crack está insustentável. O governo tem que desenvolver ações preventivas e pontuais, inclusive junto a instituições como Narcóticos anônimos e Amor exigente. Isso não funciona sem a participação da sociedade civil”, disse.
Segundo ela, é preciso existir uma capacitação, inclusive nas escolas, para aqueles que atuam no combate às drogas. Para a coordenadora, trata-se de um problema tanto de saúde quanto de segurança pública. Noélia lembrou que as comunidades terapêuticas, os Caps e consultórios de rua precisam ser beneficiados com essas ações.
“Não vai adiantar tirar os usuários das ruas, pois eles vão se instalar em novas cracolândias. É preciso promover um tratamento e a reinserção na sociedade, que também sofre com o problema. São 31 comunidades, elas estão mais estruturadas, contam com o apoio do Fecoep. O tratamento dos dependentes de crack é muito sério, a abstinência é forte. A casa de acolhimento da Sepaz é uma das que desenvolve um bom trabalho”, lembrou.
Redução da criminalidade
Para Noélia Lessa 95% dos casos de violência estão associados ao consumo de drogas. Ela destacou que em 2008 fez um alerta para uma epidemia da droga no Estado, afirmando que desde o governo Lula, havia dinheiro disponível para o combate às drogas, que só foi aplicado agora.
“O consumo de crack existe há 10 anos, mas antes, ninguém deu importância para a gravidade desse problema. Não existe uma fórmula mágica para acabar com as drogas. Em Minas, o estado se uniu com a sociedade civil e o problema foi minimizado. Em São Paulo as ações já não estão funcionando. Aqui o fórum trabalha com parcerias, vamos fazer campanha “Seja um folião feliz, diga não às drogas, com a venda de camisas e distribuição de panfletos”, explicou.