Mesmo sem incentivo, as escolas de samba de Maceió persistem em realizar o tradicional desfile, que este ano acontece no dia 19 de fevereiro, na Orla da Pajuçara e não contará com a disputa entre as cinco agremiações, que não conseguiram arcar com as despesas para confecção de carros alegóricos.

Confeccionando fantasias e demais adereços com material reciclado, as escolas, que na maioria têm sua sede em bairros da periferia, como o Vergel, tentam manter viva a tradição do carnaval. É o que explica Ivan Nicácio, diretor da Girassol, que afirmou permanecer na escola de samba, de onde já foi presidente, por amor.

Com o tema do centenário do “Quebra de Xangô”, a agremiação conta com a boa vontade de seus integrantes para realizar o desfile - já que vive na incerteza de receber as verbas prometidas pela prefeitura e Estado - e para o qual começa a se preparar após o Natal. Para este ano, a escola conta com um samba enredo cantado por nomes como Neném Cabral.

“O episódio do Quebra foi lembrando em várias emissoras brasileiras, pois Alagoas tem referências culturais, como Pai Célio. Aproveitamos as fantasias do carnaval passado, que teve uma temática parecida, para ter menos despesa possível.

Não podemos cobrar dos participantes, que são pobres, mas quem puder e quiser ser um destaque pode custear sua fantasia”, explicou.

Falta de recursos.

Ivan Nicácio lembrou que à cada ano os recursos financeiros ficam menores, lembrando que tudo tem que ser feito dentro de um orçamento apertado. Ele afirmou que as escolas ainda estão aguardando o dinheiro da prefeitura e do Estado. No ano passado estava prevista a liberação de R$ 15 mil, mas só saiu R$ 10. O estado ia dar R$ 24 mil, mas diminuiu.

“Temos que contratar costureiras, serralheiros, entre outros, mas existe burocracia pra o governo repassar as verbas. O problema é a expectativa que criamos. Não temos como fazer um desfile com R$ 25 mil, valor de uma fantasia do Rio de Janeiro. Claro que não quero comparar, mas percebemos a diferença”, disse