Cerca de 2 mil pessoas acompanharam, na Praça dos Martírios, nesta tarde, a solenidade que relembra os 100 anos do "Quebra de Xangô" em Alagoas, promovida pelo projeto Xangô Rezado Alto, idealizado pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). As atividades tiveram início nesta quarta e se estendem até amanhã (2), quando é comemorado o dia de Iemanjá e a data exata do "Quebra".

Na oportunidade, o governador do Estado, Teotônio Vilela pediu desculpas aos afrodescendentes pelo episódio violento vivenciado em 1912, quando militares, a mando de opositores do governador Euclides Malta, adepto dos cultos das religiões de matriz africana, invadiram e destruíram vários terreiros na capital e interior do Estado.

“Atualmente, não existe tempo para qualquer ação truculenta que atinja os cultos afros no Estado, não aceitamos isso. Alagoas é uma terra onde as leis se cumprem e onde é aceito qualquer culto. Diante do trágico passado, peço perdão a toda sociedade alagoana, aos afrodescendentes e asseguro, que estamos em uma terra livre, onde todos têm o direito de cultuar quem ou o que quiserem”, disse o governador em seu discurso.

Integrantes de vários terreiros do Estado, além da imprensa nacional e internacional acompanham, neste momento, a solenidade, considerada histórica para o Estado.

Uneal

O reitor da Uneal, Jairo Campos lembrou a importância desse dia para os alagoanos, afimando que as novas gerações devem ter conhecimento desse episódio. Que esse pedido de perdão sirva como um sinal de alerta para as gerações futuras. A discussão sobre as religiões de matriz africana devem acontecer não só em Alagoas. Todos podem cultuar o que quiserem", ressaltou.