O juiz substituto da comarca de São Luiz do Quitunde, Wiliano Omena analisará o pedido de relaxamento de prisão do italiano Guiseppe Vevzoli, 68, preso em dezembro de 2011, acusado por estupro de vulnerável, lascívia e corrupção de menor no município de Paripueira. O pedido feito pela defesa é embasado em problemas de saúde do acusado, em decorrência a sua idade.

Com a prisão, o delegado que investigava o caso, Jobson Cabral, descobriu uma rede de prostituição de menores ligada ao italiano. À época das investigações, Cabral afirmou que transportadores, donos de pousadas e agenciadores do litoral norte também participavam da rede.

Diante do fato, o Ministério Público Estadual, por meio do Promotor Claudio Pinheiro, apresentou argumentos para que o pedido seja indeferido, já que além de Guiseppe, outros dois italianos também foram apontados e estão sendo investigados pelo MP.

“Se ele receber a liberdade ele vai embora para Itália e o processo nunca chegará ao seu objetivo, que é a condenação de uma pessoa, como essa. Eles não gostam dos brasileiros, eles querem fazer das nossas crianças de objetos sexuais. Nunca trazem nada de bom para cá”, frisou Pinheiro.

O promotor explicou que o manutenção da prisão do italiano é de suma importância, para o depoimento das famílias das vítimas, que vivem na periferia do município, não seja prejudicado pela influencia de qualquer “ajuda” que elas podem ganhar.

Os programas envolviam meninas com idades entre 15 e 17 anos, e em troca dos favores sexuais, elas recebiam de R$ 30 a R$ 50 reais. A investigação policial apontou que divido as dificuldades que as famílias passavam algumas mães estimulavam as crianças em troca de dinheiro fácil.

Guiseppe Rizzolo é morador do condomínio Porto di Mari, na AL 101 Norte. De acordo com a Polícia Civil, os encontros aconteciam em uma casa no Sonho Verde, onde o italiano e seus amigos ofereciam bebidas e até drogas às menores.

Por telefone, o juiz de São Luiz do Quitunde, explicou que só tomará alguma posição sobre o pedido da defesa, após a análise do processo judicial, que ainda não chegou a sua mesa. “Vou analisar todos os requisitos apresentados, o laudo médico e tudo que há de concreto no processo”, colocou Omena.

Porém, Pinheiro teme que a decisão do juiz seja influenciada com o pedido feito pelo cônsul italiano de Recife. À reportagem do CadaMinuto, o juiz confirmou a ligação. “ Inclusive recebi uma ligação do consulado italiano em Recife pedido que eu analisasse com carinho o estado de saúde apresentado, para que ele (Guiseppe Vevzoli), pudesse realizar o tratamento em domicílio”, detalhou Omena.