O que somos nós, diante da inexorável geografia do racismo?
Uma massa de pessoas anônimas e despolitizadas trancafiados em casulos do-eu-comigo, esperando a convulsiva onda da violência passar?
Afinal o que é que a gente tem a ver com essa matança generalizada que arrasta da vida milhares de meninos e jovens negros, numa impositiva e predefinida programação social?
A morte de meninos e jovens negros já não gera impacto nas pessoas, das Alagoas, de Palmares.
Foi o crack alardeia o governo e ponto final. Mortes justificadas, dos “objetos ordinários” sem inquéritos, sem gente uniformizada agitando bandeiras.
Justiça?!?!
No principio do discurso,enquanto a violência ocorria entre iguais: pobres-pretos, produtos aprisionados do isolamento social das favelas, morros e grotas brasileiras, não nos dizia respeito, mas, a partir do momento que a criminalidade desceu o morro e modificou a paisagem social das cidades brasileiras, transformou-se em palco político, ganhou hierarquia no item prioridade.
A flagrante omissão das academias, dos movimentos sindicais, parlamentares e governo pela temática racial fornecem o combustão vital para o estabelecimento do estado mínimo, em Alagoas.
Ser negro na propalada e invisível terra, onde se deu o grito da resistência negra, é como um constrangimento social repressivo.
Eles têm já o destino traçado- retrucamos nós - desde que chegaram nos navios negreiros como “escravos”.
Maceió é a terceira capital mais violenta do mundo.
Alagoas o estado campeão na mortandade de jovens negros e o Mapa da Violência 2012. Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil não entra na pauta institucional.
O povo de pele preta continua como forasteiro na cartografia das políticas dos direitos humanos, nas terras “amorenadas” de Cabral.
Até quando?