O racismo no Brasil é um camaleão poliglota e a educação brasileira subsidia faz tempo a equação leituras e palavras, sem a devida interpretação de posturas e valores. Apropriação e reformulação de conceitos. Da princesa que ainda é "puramente" branca para a subalternidade do personagem que tem a pele preta,até os “amorenados” pela força da nossa democracia racial.
Educar é promover rupturas com o bolor dos estigmas sociais. Romper com o círculo vicioso da homogeneidade pedagógica. Ruptura com a esclerosada cartilha do conhecimento tacanho de emendar palavras umas nas outras, decifrá-las e descobrir que na matemática existem “só” quatro operações. O grande desafio da educação é permitir a sinalização de caminhos, criar um fluxo de diálogos na busca das muitas consciências sociais.
A tarefa da aplicabilidade da Lei Federal nº10. 639/03, Presidenta Dilma Roussef é árdua, pois esbarra na resistência histórica e homogênea do abecê político-curricular e na propalada alma “mestiça” da sociedade brasileira.
Promover a inserção da Lei Federal  nº 10.639/03 é um desafio que não se esgota na sala de aula, exige a participação enfática dos governantes.
Exige a amplitude da força política da Presidenta da República Federativa do Brasil para a promover mudanças.
Como o economista e novo Ministro da Educação, Aloisio Mercadante, nascido em 13 de maio, dia da pseudo abolição da escravatura, pensa a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão/SECADI?
A SECADI não deve ser apêndice do nada.
A aplicabilidade da Lei Federal nº 10.639/03 pede reformas em seu paradigma.
Exige a criação de modelos estratégicos e contínuos que promovam alterações na rota do racismo e resgate o débito histórico da população negra, que há séculos vem sendo escamoteada nos bastidores da história. E dos hospitais. E das escolas. Somos o maior quantitativo populacional nas terras de Cabral. Mais de 50% da população brasileira. Somos,ainda,  uma esmagadora maioria excluída dos direitos políticos e sociais. A exclusão paralisa a mobilidade social. A imobilidade é o oxítono do nada. É a diáspora negra!
Em Alagoas de Palmares, o analfabetismo étnico assume índices tão alarmantes que é preciso alicerçar um modelo de co-participação do poder público, iniciativa privada, sindicatos, academias na busca da consolidação de políticas públicas efetivas que permitam não só o acesso social de negros/negras e pobres,como das classes marginalizadas.
O discurso homogêneo, conseqüentemente, unilateral tem se mostrado refratário a afirmação da presença negra, inviabilizando-a.
É um discurso fora da lei, presidenta!
Que nos venha os alinhavos das histórias de todas as cores entrando na rota de  construção para  a consolidação da pedagógica antirracista,antissexista e não homofóbica, Com a institucionalização das ações afirmativas, dentre elas a inserção da lei nº 10.639 de 09 de janeiro de 2003, o Governo Brasileiro evidenciará o cumprimento da lei sancionada pela Presidenta da República Federativa do Brasil, transformando a democracia em lição diária  para quem ensina e para quem aprende,  criando com isso o caminho das possibilidades!
Presidenta Dilma Roussef não existe liberdade com desigualdade!