Danit Torres, especialista no estudo das questões raciais, nasceu na República da Colômbia.
A capital da Colômbia é Bogotá.
Mulher negra, Danit Torres é especialista em agregar interesses e afetos em seu discurso repleto das memórias de histórias ancestrais.
A Colômbia é uma república da América do Sul e faz fronteira a leste com a Venezuela e Brasil; ao sul com o Equador e Peru para o norte com o Mar do Caribe, ao noroeste com o Panamá; e a oeste com o Oceano Pacífico.
A colombiana Danit Torres é representante, da temática racial, na Organização dos Estados Ibero-americanos.
Conhecer Danit Torres, quando de nossa participação no Seminário para Educação das Relações Étnico-Raciais, em que ela assumiu a condição de palestrante foi como uma viagem especial para ampliar conhecimentos.
Fez com que enxergássemos de fato a possibilidade de superar a geografia da distância na busca de parcerias para repensar os fios que interligam a sociedade escravagista da colônia à contemporaneidade, aqui e alhures.
Danit Torres sabe intrigar de maneira positiva.
O Seminário foi realizado pelo MEC/SECAD, nos dias 12 e 13 de dezembro/2011, em Brasília e em sua palestra Danit relatou sobre  uma prática cultural significante, na Colômbia: a guarda do coto umbilical do bebê, logo após queda.
Pratica repassada de mulheres-mães às suas filhas, inter-relação geracional permeada por conhecimentos, valores e crenças.
Apesar do tempo e dos avanços da medicina a herança geracional persiste na Colômbia, como também no Brasil e, em outros países.
E Danit conta em sua apresentação que, em seu país, muitas mulheres negras guardaram por anos, o coto umbilical de seus filhos, pois, como não tinham acesso à moradia e/ou terra próprias, temiam enterrar o umbigo nas terras alheias e deixá-los sós, como estrangeiros, sem pátria.
A prática corrente é enterrar o umbigo dos recém-nascidos.
A recusa, às vezes, inconsciente, de algumas dessas mães negras da Colômbia, em cumprir o ritual trazia em si o medo do desconhecido, da descontinuidade e ruptura, alterando  trajetórias e rompendo laços com o grupo social.
Estabelecia a condição de migrantes vulneráveis em lugares hierarquizados.
A especialista colombiana ressaltou que, no presente, muitas mulheres negras que guardaram, por anos, o coto umbilical, ao adquirem a propriedade legal da terra passaram a executar o ritual a tanto adiado, afirmando uma relação de continuidade da família, do grupo, com o intrínseco sentimento de pertença, de ser povo
A fixação no lugar de destino exprime o enraizamento do sentimento pertença e a concepção da terra como elemento de identidade. O território identitário.
E Danit falando de um novo cenário, e das múltiplas possibilidades de mobilidade, nos convoca, a partir da memória, experiências da história, identificação e apropriação do território, para enterrarmos os umbigos de nossos filhos.
Agora temos uma terra ou estamos a caminho da posse.
Somos donas de nossos próprios umbigos, portanto é hora de afirmar esse lugar na história- exaltou a colombiana.
Foi um grande prazer conhecer Danit Torres!