'Foi terror difícil de descrever', diz brasileiro que estava em cruzeiro

14/01/2012 19:25 - Brasil/Mundo
Por Redação

O empresário brasileiro Randus Dias Fonseca, que estava no navio de cruzeiro que naufragou no Mar Mediterrâneo, no litoral da Itália, disse na tarde deste sábado, em entrevista à Globo News, que viveu um "terror difícil de descrever". Ele viajava com a mulher e o filho. Os três não tiveram ferimentos.

"Estávamos jantando quando sentimos um pequeno impacto e logo em seguida uma inclinação para um dos lados. Todos os talheres, copos e vidros foram caindo no restaurante", contou.

"As pessoas começaram a gritar , a correr, em um desespero total. As pessoas subiam, desciam, não sabiam para onde ir", disse. "Mandaram ir para as cabines que não ia ter problema algum. Mas aí houve uma correria da tripulação, falando para evacuar. Demorou uns 45 minutos para começar a entrada nos botes. Depois, teve a pior parte: o bote ficou emperrado, não descia e, quando começou a descer, ficou raspando no casco do navio. Foi um terror difícil de descrever."

Ele reclamou dos funcionários do navio. "Houve muita confusão, empurra-empurra. Senti despreparo na hora de retirar os botes. Quebraram com um martelo as correntes", afirmou. "O sinal tocou quando todo mundo já estava no ponto para evacuar o navio. Tudo desorganizado (...) Na chegada em terra, ficamos uma eternidade sem informação do que aconteceria. E estava muito frio. Teve gente que caiu ao mar."

Ele disse ter visto feridos na chegada à ilha e ouviu relatos de mortes, um por ataque cardíaco, outro por afogamento e uma que pulou ao mar e não resistiu à queda. Sobre desaparecidos "Tinha um casal que jantava conosco na nossa mesa todos os dias. Eu não os vi. Procurei por toda a ilha. Fiquei seis horas andando e não os vi: um casal de brasileiros. Fiquei muito triste."

Segundo o governo brasileiro, havia 53 brasileiros entre os 3.200 passageiros e mil tripulantes do barco de cruzeiro da empresa que naufragou na véspera no Mar Mediterrâneo, no litoral da Itália.

São 47 passageiros e seis tripulantes brasileiros, segundo o Itamaraty, que cita informações do consulado brasileiro em Roma.

Um grupo de 26 brasileiros foi de ônibus para Milão, segundo o consulado brasileiro na cidade.

A empresa, por intermédio de sua assessoria de imprensa no Brasil, deixou disponíveis os seguintes números de telefone para informações: 55-11-2123-3673 e 55-11-2123-3679..

 

De acordo com autoridades italianas, o acidente deixou três pessoas mortas, 14 feridos e pelo menos 70 desaparecidos.

O navio chocou-se contra uma rocha, encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio, na Toscana, região central da Itália, teve seu casco quebrado, virou e ficou parcialmente submerso. O acidente ocorreu a cerca de 40 km do continente.

As vítimas morreram afogadas. Segundo o Itamaraty, brasileiros que estavam entre os passageiros do navio da Costa Cruzeiros entraram em contato por telefone com o consulado do país em Roma.

Ainda não há informações se há brasileiros entre os mortos, feridos ou desaparecidos, de acordo com o Itamaraty.

O consulado em Roma está em contato com as autoridades italianas e vai prestar toda a assistência necessária aos brasileiros, informa o órgão.

Segundo a imprensa local e testemunhas, a retirada dos passageiros e membros da tripulação do navio Costa Concordia apresentou complicações.

Muitos dos passageiros e tripulantes foram levados para o porto de Santo Stefano, no continente, onde estavam abrigados em escolas, igrejas e outros edifícios públicos.

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