Desde ontem o Cadaminuto traz uma série de cinco reportagens que vão explicar ao internauta sob diversos ângulos o episódio que ficou conhecido como Chacina da Gruta, que culminou na morte da então deputada federal Ceci Cunha e três parentes, e que terá o seu julgamento marcado para a próxima segunda, dia 16 com transmissão ao vivo do Cadaminuto.

Aqui: Leia novamente a primeira parte do especial:  Filhos contam como receberam notícia

Reportagem 2 - Os Argumentos

Em 1994 o médico Talvane Albuquerque, na época filiado ao PTN, foi eleito deputado federal. Porém, em 1998 ele não conseguiu ser reeleito. A médica Ceci Cunha, conseguiu ocupar a vaga, deixando de fora Albuquerque.

No dia da sua pose, Ceci foi assassinada na casa de seu cunhado, no bairro da Gruta de Lourdes, crime que ficou conhecido como Chacina da Gruta. Após a sua morte, Talvane chegou a assumir a sua vaga, mas teve o mandato cassado em 07 de abril de 1999, por suspeita na participação do crime.

Na interpretação do Ministério Público Federal (MPF), ele queria o mandato e a imunidade parlamentar que dele adviria. Os assessores e seguranças de Albuquerque, Jadielson Barbosa da Silva, Alécio César Alves Vasco, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros da Silva, foram apontados pelo MPF como executores.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, o crime teve como motivação a não eleição do médico Talvane Albuquerque para um segundo mandato na Câmara Federal. Matar a Deputada Ceci, então, seria a única maneira de Talvane voltar ao cenário político e à imunidade parlamentar, pois ele era seu primeiro suplente.

Em entrevista ao Fantástico, exibido no último domingo (08), o procurador da república Gino Sérvio Malta Lobo afirma que Talvane Albuquerque tem ligação com o crime.

“O deputado Talvane, ele matou, ou ele mandou matar a deputada Ceci Cunha porque ele queria ocupar o lugar dela. Ele era o primeiro suplente da coligação da qual Ceci Cunha fazia parte”, disse.

Em abril de 1999, Talvane Albuquerque foi preso e, solto no ano seguinte. O ex-deputado, que trabalha como médico em dois hospitais, um em Arapiraca e o outro em Paulo Afonso, na Bahia, desde então, continua em liberdade.

Para o advogado do ex-deputado, Welton Roberto, não há provas o suficiente contra seu cliente. “Não há provas que liguem Talvane ao crime. Há muita controversa e eles vão ter que provar que foi meu cliente” disse o advogado.

Conforme o advogado da família de Ceci, José Fragoso, todos esperam que a justiça seja feita no dia 16. “Não podemos deixar um crime desses fique impune. Temos várias provas de que foi o Talvane Albuquerque que matou a Ceci. Esperamos finalmente um desfecho na próxima segunda-feira (16)”, afirmou Fragoso.