Terrorista envolvido em atentado no metrô de Tóquio se entrega após 16 anos

02/01/2012 18:40 - Brasil/Mundo
Por Redação

Makoto Hirata, antigo membro da seita Verdade Suprema, responsável pelo atentado com gás sarin em 1995 no metrô de Tóquio, entregou-se à polícia no sábado, poucos minutos antes de fim do ano, informou nesta segunda-feira (horário de Tóquio) a imprensa local.

Hirata, 46, entregou-se em uma delegacia do distrito de Marunochi de Tóquio e foi reconhecido e detido por sua suposta colaboração no atentado perpetrado pela seita em 1995, o pior na história do japão, no qual morreram 13 pessoas e mais de 6.000 foram intoxicados.

O fugitivo, que estava na lista de pessoas mais procuradas do país, assegurou que se entregou porque estava cansado de fugir e levava uma mochila com dezenas de milhares de ienes, segundo detalhou a agência local de notícias Kyodo.

O atentado foi executado por cinco membros da seita, entre os quais estava Hirata, que de maneira coordenada perfuraram com seus guarda-chuvas vários pacotes de sarin colocados em cinco trens do metrô de Tóquio em plena hora do rush da manhã do dia 20 de março de 1995.

Com a detenção de Hirata, ainda permanecem fugitivos dois suspeitos de participar do ataque no metrô de Tóquio, Naoko Kikuchi, de 40 anos, e Katsuya Takahashi, de 53.

Hirata também estaria envolvido no sequestro do notário de Tóquio Kiyoshi Kariya, que averiguava o desaparecimento de sua irmã, crente da Verdade Suprema, após abandonar a seita por causa das pressões para ceder ao guru do grupo, Shoko Asahara, vários milhões de ienes e propriedades imobiliárias de sua família.

Kariya morreu durante seu cativeiro no quartel-general da seita como resultado de uma overdose de drogas que lhe administraram médicos da organização, enquanto se acredita que Hirata poderia ter sido o motorista durante o sequestro, acrescentou a Kyodo.

Nos últimos 15 anos, os tribunais japoneses processaram 189 membros da Verdade Suprema, emitiram cinco penas de prisão perpétua e confirmaram 13 penas de morte, entre elas a de Asahara.

Por enquanto, nenhuma das execuções foi realizada porque a lei japonesa estabelece que todas as sentenças dos cúmplices do delito devem ser confirmadas antes de poder se aplicar a pena capital.

A seita Verdade Suprema (Aum Shinrikyo, em japonês) foi criada em 1984, quando seu líder Asahara, cujo nome real é Chizuo Matsumoto, abriu um pequeno seminário de ioga no bairro de Shibuya, em Tóquio.

Asahara conseguiu coaptar vários membros da elite universitária japonesa, o que impulsionou o crescimento da estrutura e transformou a seita em uma poderosa organização subdividida em "ministérios", com capacidade para produzir agentes químicos e armas leves, e que inclusive chegou a adquirir um helicóptero militar russo.

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