A Justiça de São Paulo decidiu que as mortes do analista de sistema Eugênio Bozola, 52 anos, e do modelo Murilo Rezende, 21 anos, na rua Oscar Freire, em São Paulo, em agosto deste ano, não foram latrocínio, mas se enquadram nos crimes de homicídio doloso (quando há intenção de matar). Já preso, Lucas Cintra Zanetti, 21 anos, é apontado pela polícia como o autor das facadas no apartamento de Bozola, que abrigava Rezende havia cerca de quatro meses. Embora tenha confessado o assassinato de Eugênio, Lucas nega que tenha matado o modelo.

Com a decisão, a juíza Isaura Cristina Barreira, da 30ª Vara Criminal da capital, determinou que o caso seja transferido para a Vara do Júri da Comarca da Capital. Segundo a denúncia, quando Murilo sofreu os golpes fatais, já estaria inconsciente, sob efeito de medicamentos. "Portanto, a intenção morte não estaria vinculada a assegurar a impunidade do latrocínio. Ademais, a quantidade de golpes fatais está muito mais associada ao dolo de matar do que assegurar um crime de roubo", argumentou Barreira.

A defesa sustenta que Eugênio matou Murilo e que, na tentativa de impedir o crime, Lucas teria matado o analista de sistemas. As alegações pesaram a favor da medida de transferir o juízo.

Ainda em agosto, a polícia conseguiu rastrear o veículo de Eugênio, um Honda Civic, placa EBK 8356, que, de acordo com a investigação, foi levado por Lucas na fuga. O acusado teria vindo de Igarapava, em São Paulo, no Dia dos Pais, para conhecer a capital paulista a convite de Bozola. "Eles tiveram um affair, e ele (Eugênio) prometeu ao Lucas trazê-lo para conhecer São Paulo. Ele ficou deslumbrado com a capital", chegou a dizer è época o delegado Mauro Dias, que atua no caso. O crime teria acontecido após uma desavença entre os envolvidos sobre o tempo de permanência de Lucas na cidade, inicialmente de uma semana, a partir do Dia dos Pais.

Murilo foi eleito Mister Piauí em 2011 e ficou em sexto lugar no Mister Brasil deste ano.