Um mandado de reintegração de posse da Fazenda Santa Amélia, no município de Marechal Deodoro, por pouco não colocou em choque os sem-terra, ligados ao movimento da Liga Camponesa com a Polícia Militar e o Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Desde as primeiras horas desta manhã, os militares do Batalhão da cidade de Marechal Deodoro estavam de prontidão, aguardando apenas a chegada do Bope para cumprir o mandado. No entanto, o possível conflito por conta da revolta dos sem terra não aconteceu. O Grupo de Gerenciamento de Crises da PM esteve presente no local e entrou em acordo com os ocupantes do terreno.

A partir de hoje, os sem terra que ocupavam grande parte da fazenda Santa Amélia passam a ocupar apenas 20 metros, medidos da cabeceira da pista. No entanto, os ocupantes, que já estão há quatro meses no local, plantaram o equivalente a 10 hectares de terra, com lavouras de feijão, mandioca e batata.

Essa plantação, inclusive, é motivo para ameaças por parte dos ocupantes. Segundo um dos líderes do grupo, identificado apenas como “Iaiá”, caso algum trator ou caminhão entre no terreno para destruir a plantação, mesmo fora dos domínios pré-estabelecidos, haverá conflito. “A gente aceitou a proposta de recuar no terreno, mas se algum trator ou caminhão entrar aqui para destruir a lavoura a gente toca fogo”, disse.

Em contato com o 1º tenente Perdigão, foi informado a reportagem do CadaMinuto que o único acordo feito, foi com relação a demarcação da ocupação das famílias. No mais, é de total direito do proprietário da fazenda fazer o que bem entender na propriedade.

Atualmente o terreno tem 100 famílias assentadas, que vivem basicamente das lavouras e da pesca na lagoa Manguaba.

IMBRÓGLIO JUDICIAL

A fazenda Santa Amélia, que fica às margens da AL-215, no município de Marechal Deodoro, foi vendida em 1997 à prefeitura municipal. No entanto, até os dias de hoje os valores não foram pagos, forçando o antigo e agora atual proprietário, Francisco Carlos Rocha Melo, a pedir a reintegração de posse.