Trabalhadores dos Correios decidem manter greve

16/09/2011 03:01 - Brasil/Mundo
Por Redação

A direção dos Correios informou nesta quinta-feira (15) que a greve dos trabalhadores iniciada na véspera tem a adesão de 30% dos funcionários e que alguns serviços de entrega estão suspensos. Os grevistas pedem reposição da inflação e aumento de R$ 400.

Em entrevista ao G1, o diretor da Federação dos Trabalhadores dos Correios, José Gonçalo de Almeida, disse que a adesão à greve é de mais de 70% dos funcionários.

- Cerca de 80 mil trabalhadores estão parados - disse .

Segundo ele, o movimento está crescendo e deve continuar até que a empresa queira negociar.

A empresa disse que pôs em operação um plano de emergência e que só vai retomar as negociações depois que os funcionários voltarem ao trabalho.

Os serviços de entrega rápida dos Correios, como Sedex Hoje, Sedex 10 e Disque Coleta, estão suspensos temporariamente por causa da greve. Segundo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, a entrega de cartas e encomendas comuns continuará sendo feita, mas poderá haver atrasos.

Segundo Pinheiro, os funcionários que estão em greve terão o ponto cortado.

- Greve é um direito das pessoas, mas quem faltar ao trabalho terá o dia cortado - disse.

A greve é por tempo indeterminado. Os funcionários dos Correios reivindicam 7,16% de reajuste salarial, referente à inflação, reajuste dos vales refeição e alimentação e aumento real de R$ 400. Além disso, os empregados querem que o piso salarial, que hoje é de R$ 807, passe para R$ 1.635.

A empresa apresentou proposta de reajuste salarial de 6,87%, relativo à inflação entre julho de 2010 e agosto de 2011, abono salarial de R$ 800, aumento de R$ 50 para todos os funcionários a partir de janeiro e reajuste do vale-alimentação acima da inflação. Com o início da greve, a oferta foi retirada.

- Enquanto a greve persistir, não haverá mais negociação. Retiramos a proposta e só voltamos a negociar com a suspensão da greve - disse Pinheiro.

Ele disse também que a proposta apresentada foi o limite orçamentário do que poderia ser oferecido pelos Correios e que a diretoria da empresa ainda está analisando se vai entrar na Justiça contra a paralisação dos trabalhadores.

De acordo com Saul da Cruz, do comando de negociações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), 34 dos 35 sindicatos de trabalhadores do país aderiram à greve. Cruz alerta que algumas agências franqueadas continuam atendendo a população, mas não há garantia de que as encomendas serão entregues, já que os carteiros estão em greve.


 

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