Vereadora Elane Balbino (PR) encaminhou correspondência ao presidente da União dos Vereadores de Alagoas (Uveal) Hugo Vanderley, denunciando as ameaças. Na integra a correspondência da parlamentar:
“Palmeira dos índios, 13 de setembro de 2011.
Exmo. Sr. Hugo Wanderley,
Presidente da União dos Vereadores de Alagoas (UVEAL)
Venho através desta carta expor que desde julho de 2011, minha pessoa vereadora Elane Balbino, está sofrendo ameaças, represálias, perseguição e imposições do ex-vereador Júnior Miranda.
Para ficar no partido o ex-vereador está me obrigando a mentir, enganar a lei, fraudar a previdência social, enganar o povo que me confiou 1.101 votos, e cometer o crime de improbidade administrativa no poder legislativo.
Ele está me obrigando a pedir uma licença médica e me afastar quatro meses para o suplente assumir. Caso contrário o partido será esvaziado e ainda corro o risco de em 2012 o meu nome não passar nas convenções e se passar o partido não coligar com ninguém, para não ter o direito de colocar o meu nome para o povo escolher se posso representá-los
como vereadora ou não.
Recebi a seguinte proposta e ameaça: “QUE A VEREADORA ELANE BALBINO
TIRASSE UMA LICENÇA MÉDICA, SE AFASTASSE DE SUAS ATIVIDADES POLÍTICAS
POR UM PERÍODO DE QUATRO MESES, PARA O SUPLENTE DARCIEL, ASSUMIR E EM
TROCA A VEREADORA TERIA O DIRETÓRIO E A GARANTIA DE QUE OS SUPLENTES
PERMANECERIAM NO PARTIDO, CASO CONTRÁRIO O PARTIDO PR SERÁ ESVAZIADO E
TAMBÉM A VEREADORA PODERÁ NÃO SER CONTEMPLADA NAS CONVENÇÕES
PARTIDÁRIAS EM 2012.”
Estive doente em julho, agosto e setembro de 2010, mas hoje estou apta a exercer minhas funções, estou em tratamento, mas estou saudável e em plena capacidade laboral.
Por estar fazendo um tratamento de saúde, acham que estou vulnerável,a esse tipo de ameaça, a essas covardias, pois estão tentando me enfraquecer e me deixar amedrontada, diante de tanta pressão resolvi gravar a última conversa no dia 06 de setembro de 2011.
Querem meu mandato a todo custo, não cedi através das ameaças e chantagens e agora não sei se vão mandar me matar para o suplente assumir, já que não vou tirar licença médica.
O ex-vereador alega que precisa acomodar os suplentes para eles não saírem do Partido PR, e que também irá resolver pendências e acordos políticos dele e do deputado federal Maurício Quintela e que com a minha licença médica tudo se resolveria.
Estou sofrendo por ser mulher, por ser uma pessoa que cuido do cargo que ocupo com respeito e responsabilidade. Luto e apoio a autonomia das mulheres, fui eleita para defender os fracos e oprimidos.
Denuncio a existência de um verdadeiro bombardeio de ações de perseguição, descriminação, desvio de boa conduta política e extorsão. Ninguém pode obrigar as pessoas a fazer o que é errado. Estou passando por um constrangimento, mediante grave ameaça, e tudo com o intuito do ex-vereador Júnior Miranda em obter para si e para os suplentes indevida vantagem, pois ele afirma que irá fazer as composições necessárias nos partidos de acordo com as conveniências e necessidades dele.
Defendo que o voto deve ser de forma livre e popular como um direito básico e fundamental de cidadania, condição essencial para que se estabeleça uma sociedade justa e livre.
Repudio a forma autoritária e inquisitória encadeada por esta pessoa que estar realizando verdadeira perseguição a minha pessoa. Busco a conquista da liberdade e da emancipação de homens e mulheres.
Para os políticos honestos não há lugar para oportunismos. Ideias claras e contundentes são fundamentais para a existência de um partido político comprometido com o país.
Deus permitiu que eu representasse o meu povo de palmeira e irei honrar com toda a confiança em Deus e com todo respeito que tenho para com o povo, com minha cidade e com a política correta e honesta.
Eu bendigo todos os dias ao Senhor meu Deus que me aconselha, só Deus é o meu senhor, o meu destino estar nas mãos de Deus, não na mão de corruptos, oportunistas, ou malfeitores.
Os falsos caminhos, os caminhos fáceis, são oferecidos por pessoas más e de caráter perverso. Tenho sempre Deus ao meu lado, não vou ceder e denuncio a maldade, a
covardia, e o desrespeito com o povo e com a política honesta.
Estou vereadora para ajudar as pessoas, para proporcionar o bem comum, para lutar para vir melhorias e desenvolvimento para o meu município e para construir dias melhores para todos nós palmeirenses.
Primo pela vida, pela liberdade, pelo direito de ir e vir, o poder serve com exclusivo objetivo de promover o bem social. Não queria deixar a legenda do meu partido PR, mas hoje diante de tudo que estou passando admito que poderei deixar a legenda nos próximos dias.
Vereadora de primeiro mandato com 1101 votos, eleita em 2008, me sinto desprestigiada, desrespeitada e ameaçada pela pessoa do ex-vereador Júnior Miranda filiado hoje ao PDT, que se diz detentor do partido PR no município de Palmeira dos Índios, alagoas.
Deixar o partido seria uma atitude muito dolorida. Mas não posso continuar no partido sem possibilidade de progresso e pior sofrendo todo tipo de perseguição e extorsão.
A situação chega ao ponto de ter medo de não ter apoio da legenda para se candidatar nas eleições municipais de 2012. “estou em um dilema político.” quero ter o direito de votar e de ser votada.
Colocar meu nome para que o povo descida se sou merecedora de representá-los ou não.
Estou vereadora e sou co-fundadora do partido em palmeira dos índios, al. No momento estou com o meu futuro político ameaçado, caso não ceda as chantagens do ex-vereador.
Quem está dominando o partido, é raivoso, ditador, ameaça o futuro político das pessoas, prejudica o partido e não aceita divergências.
Esse ex-vereador manipula a direção do partido PR e esqueceu os princípios éticos do PR, a disputa interna vem se acirrando desde as eleições municipais de 2008.
Denuncio, pois a população precisa saber o que se passa no mundo dos políticos podres e imorais. Se faz isso comigo, que represento o povo, o que não faz com uma pessoa humilde e necessitada.
Fui a única vereadora eleita no PR em 2008 e não era a pessoa que o ex-vereador apoiava desde então sofro perseguição e ameaças. O que está acontecendo hoje está atrelado a 2008, a alguns desentendimentos que deveria ter acabado.
A situação que hoje me encontro é totalmente oposta ao que o PR defende. Como única vereadora do meu município do PR, pedi para participar como membro do diretório e poder participar das decisões, mas não obtive êxito.
O meu desempenho como partidária do PR esta sendo ameaçado e impedido de exercer minhas funções de apresentar minha potencialidade e o meu direito está violado, de forma pequena e medíocre.
Idealizava também de estimular as mulheres para que possamos fortalecer o nosso partido, pois se faz necessário a inserção das mulheres na política partidária. O respeito aos valores éticos e morais à liberdade individual, a consciência desses valores estão comprometidos com a proposta indecente que recebi.
A tensão acerca da questão é greve, iniciou-se uma campanha de ataques a minha pessoa como MULHER, CRISTÃ, FILHA, MÃE, PROFESSORA, absorvi ma formação em fazer o bem em construir e contribuir para o nosso país.
No momento estou vivendo preconceito e discriminação quanto ao meu desempenho profissional político e também por ser mulher. É violenta a agressão psicológica que estou passando, manifesto meu repúdio a essa prática fascista de perseguição.
Estou comunicando a UVEAL, pois enviei uma carta ao Presidente Regional do Partido PR em Alagoas Deputado Maurício Quintella, a qual envio cópia da carta e da gravação em anexo.
Participei o fato ao deputado, porém até a presente data não tive resposta nem providência a respeito do grave problema que afronta os principais fundamentos dos republicanos que prima por uma política como atividade essencialmente ética, que busca a formação de
estruturas de poder e de governo, livres e democráticos.
A postura desse ex-vereador não é de preocupação com o partido e sim em resolver seus acordos pessoais e políticos sua postura é extremamente nociva a política descente e honesta. Estão tentando me manipular e me adaptar ao jogo político podre de poder no qual pessoa sem caráter se diz donos e teimam em querer ser sempre os maiores vencedores.
Minha decisão é que continuarei como vereadora até quando DEUS permitir e lutarei sempre por uma política em defesa do que é justo, correto e honesto, intervindo com a autoridade que a vontade popular me outorgou, no sentido de fomentar políticas públicas que contemplem,
como prioridade, o social, o bem comum e acima de tudo, por estar lado a lado das organizações populares, em especial dos mais carentes.
É preciso que se dê um basta a toda ação de qualquer ameaça contra a vida de uma pessoa que luta pelo povo. Conclamo por uma política que sirva o povo!
Peço esta louvável instituição UVEAL, na pessoa do Senhor Presidente Hugo Wanderley apoio e providência a cerca da minha integridade física que encaminhe esta carta a justiça eleitoral e a comissão de combate a corrupção eleitoral da OAB-AL.
Desejo, no entanto, que V.Exa., refletindo, sobre todas essas questões possa vir a tomar providência para resguardar os vereadores que tanto sofrem ameaças em nosso estado, pois, como dizia Chaplin, “não sois máquinas, homens é que sois” !
Cordialmente,
Elane Brandão Balbino Gomes,
Vereadora.”










