Fiscalizar, cobrar, denunciar e gerir!

06/09/2011 19:12 - Fleming
Por Redação
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A frase acima é fruto de alguns anos de lutas, reflexões e resistência em terras caetés. Diante de inúmeras derrotas, reversos, frustrações e mais do mesmo, nada foi capaz de tirar o desejo de construir outra Alagoas possível, pois construir a minha vida singular e meramente pessoal é um egoísmo que não cabe em mim, portanto, sigo lutando hoje e sempre.

Recentemente, o Estado de Alagoas foi chamado de “rincões do Brasil”, de “interior do país” em reportagem da Tv Record. O assunto da reportagem: estupro de menores por idosos. A situação é simbólica por si mesma e impede maiores elucubrações – passado destruindo o futuro. Não bastasse isso, neste mesmo dia um policial federal aposentado teve o rosto estampado em grande parte da imprensa alagoana com um tiro na cabeça, deflagrado durante assalto. Esse é o valor da vida em nosso estado? Seguimos sendo o pior estado da federação em quase todos os aspectos. Pior mesmo! Perdemos para o Piauí em muitas áreas, inclusive no altíssimo índice de analfabetos. O desenvolvimento econômico de Alagoas está – no mínimo – uns quinze anos atrasada em relação aos demais estados do país.

Na área econômica a “aposta” do governo atual vem demonstrando erros absurdos: 1) segue negligenciando os serviços públicos e 2) apostando tudo na iniciativa privada (sem fiscalizar os maus pagadores de impostos e garantindo o máximo de incentivos fiscais). O desenvolvimento de AL, assim, não ocorrerá enquanto estiver atrelado a “esquemas” de favorecimentos privados e acordos espúrios com empresários e parte da sociedade que aceita as migalhas partidas advindas de verdadeiros assaltos aos cofres públicos. Alagoas sobrevive não da produção da riqueza em áreas estratégicas, mas sim do dinheiro público que é sistematicamente desviado para garantir a ostentação de uma elite arrogante, prepotente e tacanha. Uma elite medíocre que não tem identidade cultural com nossas raízes, com a nossa história. O segundo mandato do atual governo de AL, infelizmente, tem a marca suja da má gestão, da troca de favores, da lentidão e fortes indícios de improbidade administrativa. Em síntese, a frase que explica bem a elite política de Alagoas é aquela que diz que ela (a elite) “segue impedindo os “inconvenientes” do progresso e garantindo os privilégios do atraso”.

Evidentemente, Alagoas não é mais um quintal de usineiros e coronéis, tampouco está presa a um único projeto possível de desenvolvimento político-econômico. Entretanto, ainda estamos presos a um imaginário de opressão, medo e violência que deixa-nos altamente subservientes, covardes e bajuladores, aceitando as mais demagogas manifestações de aproximação daqueles que esbanjam o dinheiro público com orgulho. É preciso deixar claro para cada cidadão alagoano que política não se faz a cada dois anos, durante processos eleitorais. Política é feita todos os dias: em casa, na escola, no trabalho, na família. As casas legislativas só funcionam quando a sociedade participa ativamente, no entanto, participação cidadã não é privilégio, é obrigação!

Outra Alagoas é possível, porém é preciso um pacto social entre todos os alagoanos. Chega de corrupção! O correto mesmo seria fiscalizar, cobrar denunciar e, acima de tudo, gerir a nossa Alagoas em parceria com o povo. É preciso utilizar todas essas novas ferramentas de interação e participação popular para a construção de um novo perfil político. Portanto, não bastam apenas vereadores e deputados, é preciso todos os alagoanos fiscalizando, aprender a fazer da fiscalização um hábito, uma mania.

Novos tempos devem surgir com forte mudança de atitude do cidadão. O cidadão cobrará novo perfil parlamentar e deverá acompanhar cada ação política: da campanha eleitoral ao mandato parlamentar. Chega desse papo de “todo político é ladrão”. Isso é conversa de quem não quer assumir seu protagonismo social, cidadão. Eles – os políticos ladrões agradecem – pois se nada muda e nada é suficiente tudo continua exatamente como está. A população deve atuar de perto com da gestão fazendo valer seus interesses e necessidades coletivas. Enquanto a sociedade esperar os políticos do futuro, nada acontecerá no presente. É preciso aprender a formar cidadãos conscientes, urgentemente. Para mudar a realidade política de Alagoas, precisamos avançar nas práticas progressistas, com diálogo, proposições, mobilizações, idéias, ações e sugestões. Esse é, definitivamente, o único campo de atuação que transforma.

É chegada à hora dos “inconvenientes” do progresso acabarem com os privilégios do atraso!

Estou no twitter: @fleming_al

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