É incrível o poder de imprensa e de investimento em marketing que tem a Whirpool, detentora das famosas marcas Brastemp e Consul no Brasil. Até uma notícia bastante negativa é publicada de uma forma que a “péssima notícia” pareça uma coisa normal ou menos ruim para e Companhia. As principais edições nacionais, pelo visto e pelas matérias similares, devem publicar releases da Assessoria de Imprensa, quase que na íntegra na mídia tradicional. Por outro lado é incrível da mesma forma, ver via Redes Sociais, as notícias negativas e a quantidade de denúncias nos sites de reclamações de consumidores com essas marcas.

Nesta semana, veio a tona em ambos os canais (Tradicional e Digital), um acordo de quase 1 Bilhão de Reais da Whirpool com Banco Safra, em um processo judicial derrotado e trasitado em julgado desde o ano 2000 e que a empresa vinha “empurrando com a barriga” para não pagar o banco. Para se ter ideia do problema, o processo inicial começou com um empréstimo do banco de US$ 25 milhões que a empresa “negava ter tomado”. Como a companhia tem por prática, recorrer de todas as decisões, a exemplos de outros processos, o valor se não fosse feito este acordo agora, já estaria estimado em R$ 1.9 bilhões. O valor fechado do acordo, apesar de ser menor do que o valor atual, representa quase o lucro da empresa no Brasil em 2010. Ou seja, ou a empresa está mal assessorada juridicamente com uma previsão muito otimista para processos praticamente perdidos ou foi uma imprudência. Na minha opinião, este acordo deveria ter sido feito muito tempo antes.

Outro grande problema são com os clientes das marcas, onde as reclamações se acumulam e aumentaram após a repercussão negativa da denúncia de um consumidor prejudicado, Sr. Oswaldo Borelli, que fez a reputação da Brastemp na era das Redes Sociais despencar e ser publicamente abalada pela primeira vez. Essa ação não só ficou como referência, mas incentivou muitas pessoas a denunciarem seus problemas, como podemos observar lendo os comentários no próprio vídeo denúncia neste link -> www.youtube.com/watch?v=NzVbIklUbM4

No canal Internet, a Whirpool Brasil não consegue “controlar” o que é publicado como notícia ou sobre suas marcas e é onde podemos acompanhar os principais problemas de consumidores e suas denúncias. São várias as insatisfações, sobre qualidade, entrega, defeitos e situações parecidas com a do Borelli contra a Whirlpool e suas marcas (Brastemp e Consul) em sites de “Boca no Trombone” como: www.reclameaqui.com.br www.denuncio.com.br, entre outros.

Basta pesquisar no Google, por exemplo para verificar que a empresa tem problemas sérios em várias esferas como: Condenação na Justiça Federal por propaganda enganosa, acordo com o CADE de R$ 100 milhões para evitar condenação por formação de cartel, reparação por danos ambientais, diversas ações tributárias, ações de quebra de contrato de representantes comerciais, transportadora e por ai vai.

A Whirpool é uma empresa que está na bolsa e precisa apresentar boa governança corporativa. Relatórios e Fatos relevantes mais explicativos para antecipar os fatos, principalmente no caso de provisões judiciais, devem ser clarificados, previstos e valorados pela pior das hipóteses. Não adianta dizer apenas que a Whirpool segue rigorosamente as instruções e normas da CVM.

Será que a provisão anunciada de R$ 267.704.000,00 registrada em seu balanço em 31/03/2011 é realmente suficiente para cobrir todas as pendengas judiciais em diversos processos cíveis, trabalhistas e tributários? Qual a real avaliação financeira e fatores reais de riscos presentes em cada processo em andamento? Por que não procuram resolver cada um deles ao invés de postergar? Parece que querem jogar o problema sempre para o exercício futuro!
Neste processo específico contra o banco Safra uma demonstração clara do que estou afirmando. A provisão anunciada no Formulário de Referência da Whirpool, era de apenas R$ 259.054,00 milhões e

as chances de perda no processo estava apenas como “possível”. Vai ter como resultado final (com o acordo) para todos os acionistas, um prejuízo de R$ 958.000.000,00! E esta diferença? Segundo nota da empresa, o impacto do acordo nos resultados da companhia será mitigado (tornar menos penoso) pela dedução fiscal e por essa “insuficiente” provisão anunciada. Está explicado o que estou querendo dizer ?

Uma pena, que uma empresa que detém uma marca que já foi símbolo de qualidade e eficiência, esteja na berlinda negativamente. (Pelo menos na minha) Os problemas continuam !?

Bem, não sou dono da verdade e posso me equivocar com esta analise, por isso, com a palavra e espaço aberto aos gestores da empresa, especialistas, jornalistas e os acionistas da WHRL3 e WHRL4!

Fonte Pesquisa: Valor Econômico, Exame, IN -Investimento e Notícia, Youtube, Sites: ReclameAqui, Denuncio e Whirpool.