O superintendente de Desenvolvimento de Aqüicultura da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Edson Maruta, visitou a horta do complexo prisional de Maceió na tarde desta quinta-feira (30). A visita - que foi acompanhada da pela Gerência do Núcleo de Agropecuária e Artesanato da Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap) - teve como objetivo avaliar o local para implantação de um projeto de piscicultura.
Para que a expansão dos tanques de piscicultura aconteça deve haver um planejamento em longo prazo, e tudo vai depender do recurso financeiro disponibilizado. O superintendente estima que após o aumento do tanque, a cada três meses seja possível produzir de 100 a 120 quilos de peixe. Ele destaca que o projeto não tem como objetivo produzir uma grande quantidade de pescado, mas sim funcionar como uma forma de ressocializar os custodiados.
“O segredo da ampliação é usar o mínimo de máquinas e o máximo de mão de obra dos próprios reeducandos. O trabalho serve para diminuir o tempo de pena, e é também uma forma de economia para os cofres públicos, além de diminuir a possibilidade dos reeducandos voltarem a delinqüir”, disse Edson Maruta.
Acácia Cantoário, gerente do Núcleo de Agropecuária e Artesanato, está muito empolgada com o projeto e disse que após essa avaliação ficou mais fácil conseguir os recursos financeiros necessários para realizar as mudanças na horta. “A Sgap está esperançosa com a idéia de trazer a piscicultura para o sistema. Quanto mais ações que promovam a ressocialização mehor para a instituição”, afirmou.
Os reeducandos que atuam na horta começam a trabalhar cedo, após o almoço eles ficam no campo até as 15 horas. A cada três dias de trabalho, é diminuído um dia da pena. Na horta são cultivados vários tipos de alimentos como: milho, feijão, macaxeira, inhame, alface, couve, pimentão, beterraba, banana.
Rubens Francisco de França tem 71 anos e trabalha na horta há aproximadamente 15 anos. rubens coordena os reeducandos e atribui funções aos 10 custodiados que trabalham no local. “Quando estão aqui eles se distraem, e não ficam pensando besteira. Têm muitos que preferem ficar aqui trabalhando a ficar na cela. A prova disso é que já chegaram a atuar 30 reeducandos na horta”, afirmou.
Segundo Acácia Cantoário, um projeto de olericultura (área da horticultura que abrange a exploração de hortaliças) foi criado em 2010 e já está sendo implantado no sistema penitenciário. Nesse projeto, 14 tipos de horticultura serão cultivados, beneficiando a população carcerária na alimentação e na aprendizagem profissional.
Uma parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) já foi fechada. A Agricultura vai fornecer vários materiais para facilitar o trabalho na horta como ferramentas, tratores e caminhões para o transporte dos produtos.