Carlos Rudiney e Ricardo Sanchez
A ministra Ideli Salvatti reiterou nesta terça-feira que a presidente Dilma Rousseff não deve prorrogar o decreto que libera o pagamento dos chamados "restos a pagar" --despesas herdadas de anos anteriores, a maioria delas emendas de congressistas. A prorrogação é uma reivindicação de deputados e senadores que ameaçam retaliar o governo se não houver a prorrogação por 90 dias do decreto, que vence no dia 30.
"Tenho a convicção que essa questão econômica do controle da inflação deverá ter grande peso da decisão que vem sendo sinalizada de não prorrogação do decreto", disse a ministra.
Mais cedo, Ideli havia afirmado para deputados do PT que o decreto não será prorrogado. A declaração da ministra provocou uma reação na Câmara, onde deputados ameaçam parar as votações se os restos a pagar de emendas parlamentares ao Orçamento de 2009 não forem prorrogados.
Ideli, porém, disse acreditar que a não-prorrogação do decreto não vai trazer prejuízos ao governo --especialmente na votação dos destaques à medida provisória que torna sigilosos os orçamentos da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
"Eu tenho a convicção que a responsabilidade do Parlamento com as obras da Copa e das Olimpíadas vai ser demonstrada de forma clara e inequívoca no plenário da Câmara no dia de hoje. Nós vamos ter a aprovação da matéria, a votação dos destaques e a matéria deverá estar chegando no Senado no dia de amanhã."