A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou nesta terça-feira, pela primeira vez, "diretrizes mundiais" destinadas a ampliar o acesso dos homossexuais aos tratamentos contra a Aids. Essas diretrizes estimulam os países a facilitar a prevenção e o acesso dos homossexuais aos tratamentos contra a Aids e a tomar medidas que evitem a exclusão que essa parcela da população sofre em 75 países do mundo, a maioria na África, onde o homossexualismo é perseguido e não é legalmente reconhecido para os transexuais.

Segundo o diretor do Departamento HIV/Aids da OMS, Gottfried Hirnschall, os homossexuais têm 20 vezes mais risco de contrair o vírus HIV que o restante da população, enquanto que os transexuais têm uma taxa de infecção que varia entre 8 e 68%, de acordo com o país. "Se não dermos atenção a esta população-chave da epidemia, nunca conseguiremos erradicá-la", disse Hirnschall.

O diretor criticou também "a perseguição, a exclusão, a discriminação e outras formas de violência" sofridas pelos gays em vários países, o que faz com que "frequentemente (os doentes) tenham acesso tardio aos serviços de saúde ou não têm acesso algum".