Fim de um império chamado BAÚ

14/06/2011 06:22 - João Kepler
Por Redação
Image

Com a venda anunciada ontem das Lojas do Baú para Luiza Helena Trajano do Magazine Luiza por R$ 83 milhões, encerra de uma vez o sonho de Silvio Santos de avançar no Varejo. O Magazine Luiza vai absorver os 121 pontos comerciais do Baú da Felicidade, sendo 80 unidades no Paraná, 40 em São Paulo e 1 em Minas Gerais.

Mas o que é relevante nesse contexto, é que o BAÚ já não existia mais, já não tinha fôlego para disputar mercado varejista e o império montado pelo Senor Abravanel (Silvio Santos) há mais de 50 anos, já estava abalado por sucessivos prejuízos no Baú e em várias outras empresas do Grupo Silvio Santos, principalmente no Banco PanAmericano.

Na verdade, a história do Baú da Felicidade começou a acabar quando o esquema do negócio foi modificado, quando foi extinto o Carnê de Mercadorias, que também já estava pouco competitivo diante da expansão do comércio popular, com a facilitação e ampliação do crédito e o crescimento das classes C e D, que sempre foram o grande público do Baú. Desde 1962, o carnê de mercadorias do Baú da Felicidade esteve presente na vida dos Brasileiros, em todos os programas de Silvio Santos, dando prêmios e alimentando os sonhos dos seus fregueses de ganhar prêmios e conhecer de perto o famoso homem do Baú, Silvio Santos.

Em 2009, o Baú encerrou a operação do Carnê e fechou todas as suas lojas pelo Brasil, transformando-se em rede varejista, um antigo sonho do Silvio, desde as Lojas Tamacavi, vendidas para as Casas Bahia. A venda das lojas do Baú ou Baú Crediário, como passou a ser chamada, representa não somente mais uma consolidação do mercado varejista, mas encerra uma história de mais de 50 anos de comércio popular.

Silvio Santos somente este ano já vendeu três negócios do Grupo, O Banco PanAmericano para o BTG por 450Milhões, a Braspag (empresa de pagamentos on-line) para a Cielo, por 40Milhões e agora o Baú. Outras empresas devem ser vendidas como a Construtora Sisan, o hotel Jequitimar eno Guarujá e a PanSeg, que é uma seguradora.

Como resistência ainda deverão ficar no Grupo Silvio Santos, o SBT, a empresa de cosméticos Jequiti e os títulos de capitalização Tele Sena. A questão agora é de concentrar e focar nos negócios que sejam sinérgicos.

Silvio Santos é antes de tudo um guerreiro, fez sua história empreendendo negócios. Na minha opinião, se desfazer de empresas deficitárias é a solução e o único caminho a ser seguido.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..