Menina agredida por procuradora recebe nova família, diz conselheiro

08/05/2011 18:39 - Brasil/Mundo
Por Redação

A menina que sofreu maus-tratos pela procuradora Vera Lúcia Sant´Anna foi novamente adotada por um família que já tinha filhos biológicos e adotivos, segundo informou o conselheiro tutelar de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, Héber Boscoli. Vera Lúcia foi condenada em julho do ano passado a oito anos de prisão por crime de tortura contra a menina, que na época tinha dois anos. Até que a criança complete 18 anos ela tem direito a tratamento psicológico custeado pela procuradora, graças à sentença que determinou o pagamento de cerca de R$ 510 mil em forma de terapia.

Durante os 27 dias de adaptação do processo de adoção que a menina passou com a procuradora, entre abril e maio de 2010, os empregados relataram que a procuradora teria agredido a garota. A criança foi encontrada no apartamento de Vera Lúcia com sinais de maus-tratos -os olhos da menina estavam roxos. Laudos comprovaram as agressões sofridas pela menina.

Boscoli lembra que a menina já tinha um histórico de abandono.

- Na primeira vez que a encontrei, ela tinha sido deixada pela mãe com vizinhos por quatro meses no morro Pavão-Pavãozinho [zona sul]. A mãe conseguiu mais uma chance, mas abandonou o bebê com outra senhora. Depois, infelizmente, a menina foi parar com a procuradora. A Justiça determinou que Vera Lúcia pague R$ 510 mil em apoio psicológico até que a menina faça 18 anos.

O conselheiro Boscoli afirma que a experiência que tem com adoção mostra, na maioria dos casos, resultados positivos.

- O problema não é a adoção e sim o ser humano. Ser pai ou mãe biológico não impede que as pessoas tratem mal seus filhos. Adoção deve ser uma questão de amor, nunca de caridade.

Relembre o caso

O Conselho Tutelar fez uma denúncia, no dia 15 de abril de 2010, contra a procuradora de Justiça aposentada por agredir uma menina de dois anos de idade, sua filha adotiva, em um apartamento em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro.

Os conselheiros retiraram a menina do apartamento e levaram a denúncia até a polícia, que abriu inquérito para investigar o caso. Um conselheiro disse que, ao chegar ao apartamento, encontrou a menina no chão do terraço, onde vivia o cachorro. A criança foi encaminhada a uma instituição não revelada pela Vara de Infância e Juventude.

Vera Lúcia se entregou à Justiça no dia 13 de maio do ano passado e foi levada para o Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, onde está presa até hoje. 

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