Foi dada a largada para a temporada de substituição nos cargos federais em Alagoas. A luta de bastidores é intensa. O ex-presidente da extinta Ceal, Joaquim Brito, se pega a todos os "santos" para retornar à direção da Eletrobrás Distribuidora em Alagoas. Até o petista José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil no primeiro governo de Lula, foi conversado para reforçar o nome de Brito.

A decisão, porém, está nas mãos da presidente Dilma Rousseff, que, por sinal, quando ministra de Minas e Energia, também, no primeiro mandato de Lula, ao visitar a empresa, em sua visita a Maceió, deu prazo de dois anos a Brito para recuperar o prestígio da extinta Ceal. Exatamente dois anos depois, ela promoveu mudanças radicais na empresa, exonerando toda a diretoria e criando uma nova gestão sem nenhum representante de Alagoas. Exceto o professor Evilásio Soriano, mantido no Conselho Administrativo.

É muito difícil Joaquim Brito retornar a empresa pelas mãos de Dilma Rousseff. Além disso, a presidente sabe que o ex-presidente Lula ainda não engoliu o processo sucessório de Alagoas. Ele queria como companheira de Ronaldo Lessa na chapa a ex-prefeita de Roteiro, Roseane Beltrão. Mas o PT impôs Brito e o resultado – que o próprio Lessa só ficou sabendo depois da eleição – constrangeu tanto ao então presidente da República que nem ele nem a candidato Dilma vieram a Alagoas.

Essa decisão para Brito vai ser bastante dura.

A bancada de Alagoas se renovou e por isso, a fatia dos cargos tem mais gente disputando. O critério para indicação da Dilma é ter voto na Câmara Federal e Senado, portanto, é mais um obstáculo para o PT de Alagoas a ultrapassar.

Outra briga do PT é a Superintendência da ex-Delegacia do Trabalho, onde se encontra o pedetista Hetc César, que tem um padrinho forte, o ministro do Trabalho Carlos Lupi. Mas o PT quer o cargo para o jornalista e advogado Adelmo dos Santos, fundado do partido em Alagoas e compadre do ex-presidente Lula.

O ex-deputado estadual Paulão é um bom quadro. Tá querendo um vôo mais alto: uma diretoria da Chesf. É uma briga de cachorro grande porque o domínio da Chesf, cuja sede funciona no Recife, é do governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) e a única diretoria da empresa pertencente a Alagoas é do contabilista Pedro Alcântara, indicado pelo senador Renan, todo poderoso junto a Dilma Rousseff.

No Incra, a briga é entre o PT contra PT. De um lado Lenilda e do outro Gilberto Coutinho, que foi candidato a deputado federal.

Com a escolha do peemedebista Joaquim Beltrão coordenador da bancada federal em Brasília, resta esperar uma nova rodada dos parlamentares para compor a lista de nomeados. A fila é grande, porque João Lyra deseja o Cais do Porto, que atualmente é comandado pelo PSB de Kátia Born. E ainda tem os novatos Renan Filho, Rosinha da Adefal, Célia Rocha e Arthur Lyra querendo uma fatia do bolo. Só fica fora o tucano Rui Palmeira, que é oposição.

E ainda tem mais: Joaquim Beltrão no primeiro mandato não indicou ninguém, entretanto, já antes mesmo de assumir a coordenadoria da bancada federal teria revelado: desta vez não escapa da minha mão, quero a minha fatia.