O Brasil está estarrecido, penso eu, com a fala premeditadamente gravada do assassino das 12 crianças na escola de Realengo.
A certeza do que ia cometer está ali absolutamente clara e até o seu próprio rosto nos remete aos loucos suicidas homens-bomba do lado oriental do mundo.
O que nos deixa profundamente preocupados é a teatralização que o leva a uma inédita fama post-mortem e que pode servir de exemplo para outros tantos loucos que não conseguem ser estrelas em vida e buscam o estrelato na morte.
Levando consigo vítimas inocentes o psicopata fica ainda mais famoso em todo o planeta.
O espírito jornalístico nos leva a divulgar a imagem do monstro e suas palavras.
Mas, no fundo era necessário que se ignorasse tudo para que o maléfico exemplo, a sórdida influência não viesse a gerar novos fatos da mesma natureza.
De resto fica o horror diante de palavras tão frias, tão calculistas, tão ausentes de emoção.