Uma série de explosões em uma fábrica de munições no sul do Iêmen matou ao menos 78 pessoas nesta segunda-feira, depois que moradores invadiram o local para roubar armamento, segundo um novo balanço de autoridades locais.
O número de mortos pode aumentar ainda mais e a agência de notícias Reuters, que cita médicos, fala em 110 mortos.
O acidente aconteceu um dia depois que confrontos irromperam na localidade entre militantes e o Exército.
Segundo testemunhas, as explosões, possivelmente provocadas por um cigarro, causaram um enorme incêndio na fábrica localizada na cidade de Jaar, na província de Abyan, onde militantes da Al Qaeda e principalmente separatistas de esquerda estão atuando contra as forças do governo.
"Esse acidente é uma verdadeira catástrofe, o primeiro desse tipo a ocorrer em Abyan", afirmou um médico no hospital público. "Há tantos corpos queimados. Não posso nem descrever a situação."
Multidões de pessoas ficaram feridas e sofreram queimaduras, segundo os médicos, e corpos ainda estavam dentro da fábrica, que também armazenava pólvora. Algumas vítimas, incluindo mulheres e crianças, seriam enterrados em uma cova coletiva.
Relatos indicam que houve confrontos em Jaar no domingo entre militantes e o Exército, alimentando os temores do Ocidente e da Arábia Saudita de que o caos no Iêmen beneficiaria o braço da Al Qaeda no Iêmen, no momento em que o governo de 32 anos do ditador Abdullah Saleh vive uma crise.