Agroenergia como forma de inclusão social. Esse é o projeto que vem sendo trabalhado pela Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, através do Programa Biodiesel do Estado de Alagoas (Probiodiesel/AL), que é baseado no cultivo da mamona, em consonância com as diretrizes do Programa Nacional de Produção e Uso de Biocombustíveis (PNPB), do Governo Federal.
Em Alagoas, o cultivo da mamona vem enfrentando vários gargalos que impossibilitaram, até o momento, o seu sucesso. Diante dessa realidade, a coordenação Executiva Estadual do Programa criou uma carteira de projetos dentro do Probiodiesel, na qual foram inseridos alguns outros estudos, como a introdução da cultura do girassol e a reciclagem de óleo saturado de frituras. Todos esses estudos têm a finalidade de atingir os objetivos do Programa, como promover a inclusão social e o desenvolvimento regional via geração de postos de trabalho e complementação de renda familiar.
Em reunião ocorrida na última semana, melhorias para o setor foram debatidas por representantes do Governo, do Sebrae e entidades parceiras, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e Instituto do Meio Ambiente (IMA). Durante o encontro, foram apresentadas novas propostas para a condução do projeto de Agroenergia com foco na mamona, visando atender um público-alvo de 485 agricultores familiares produtores de mamona, dos municípios zoneados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em Alagoas. A expectativa é que esse novo projeto atenda, inicialmente, catorze municípios.
Segundo o secretário adjunto de Minas e Energia, Geoberto Espírito Santo, o objetivo do Programa é fortalecer o agronegócio da mamona em consórcio com o feijão, focando na produção de óleo e outros co-produtos, o que pode gerar ocupação, renda e inclusão social na agricultura familiar através de subsídios e incentivos fiscais na condução da lavoura e no processo de comercialização.
“Estamos estudando políticas públicas semelhantes às oferecidas no Ceará, onde os produtores recebem subsídio no valor de R$ 200,00 para o plantio da mamona por hectare/ano, além de receber o corretivo de solo e garantia de comercialização”, revela Geoberto.
Ainda de acordo como secretário adjunto, o projeto de Agroenergia não trata da substituição de cultura, mas sim, de uma agregação de renda. “O programa já existe e tem evoluído, mas são necessárias novas ações para que os gargalos existentes, como a falta de assistência técnica e a garantia de comercialização, por exemplo, sejam resolvidos e o projeto possa atingir todas as expectativas”.
Outros projetos – Também estão em estudos outros dois projetos do Probiodiesel. O primeiro deles trata da introdução da cultura de girassol para a produção de biodiesel, que atenderia inicialmente agricultores familiares de 19 municípios já zoneados pelo MAPA, incentivando a introdução da cultura do girassol nessa região, bem como o plantio de plantas de subsistência, como o feijão.
De acordo com o gestor do Probiodiesel, Glauco Angeiras, o girassol apresenta ampla capacidade de adaptação a diversos ambientes, podendo ser cultivado em climas temperados, subtropicais e tropicais, sendo pouco influenciado pelas variações de latitude e altitude. Além disso, caracteriza-se por apresentar uma boa tolerância ao estresse hídrico.
“Esses aspectos favoráveis atrelados ao zoneamento agrícola da cultura tornam o estado de Alagoas totalmente apto e pronto para executar o Programa. O zoneamento indica os municípios considerados aptos ao cultivo do girassol, além da época correta para o plantio, o que acarreta menor risco de perda de safra”, destaca o gestor.
O segundo projeto em análise trata da reciclagem de óleo saturado de frituras, objetivando minimizar o impacto do descarte desses óleos no meio ambiente. A reciclagem proporcionaria, ainda, a inclusão social urbana de uma parcela da população alagoana, que vive abaixo da linha de pobreza, representada pelos catadores/recicladores de lixo.