Socializando a ampla cobertura que a imprensa de Piracicaba deu para  a realização da Audiência Pública e lançamento do II Ciclo.

Negros sediam encontro nacional
Data 05/11/2010 06:00:00 | Tópico: Cidades


Audiência pública de ontem à tarde, na Câmara, debateu propostas para encontros já agendados para o ano que vem
Bruno Bianchim Martim

Piracicaba vai sediar, entre os dias 25 e 27 de agosto de 2011, o 2º Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o que a história ainda não conta”, no ano internacional dos afro-descendentes, instituído pela Assembléia Geral das Nações Unidas.
O debate foi pautado, ontem à tarde, na Câmara Municipal, em audiência pública que teve a participação de representantes da comunidade negra, secretários municipais e entidades direcionadas ao movimento negro do país.
A expectativa é que o município se torne um espaço de ideias, análises, reflexões sobre as temáticas e políticas referentes à situação sócio-política, cultural e econômica da população negra brasileira.
“O que Piracicaba deve fazer é colocar a sua cara, sua feição no ciclo de debates. Novas propostas devem ser incorporadas e isso deve ser feito desde já”, comentou a coordenadora do programa alagoano Raízes da África, Arísia Barros.
A possibilidade de a cidade sediar o encontro foi esmiuçada no ano passado, durante o primeiro ciclo, que aconteceu em Maceió, capital do estado de Alagoas, quando o representante da Câmara Municipal de Piracicaba, Martim Vieira, participou dos debates e levantou a probabilidade do município abrigar o encontro em nível nacional. Conforme Martim, “a audiência foi consultiva” apenas, e não deve definir as diretrizes do ciclo nacional logo de cara.
“O debate está se multiplicando. No primeiro ano, imaginava que o ciclo fosse ficar por anos somente em Alagoas”, disse Arísia. “O próximo ano é um ano diferencial para trazer conversas à cidade e criar novos espaços de discussão para evoluções na questão racial”, completou.
No primeiro ciclo de conversas negras, os intentos foram estabelecer lógicas na perspectiva de buscar propostas que garantam o enfrentamento de desafios impostos por discriminações, com ênfase na discriminação racial, sexismo e lesbofobia.
Segundo o vereador Bruno Prata (PSDB), a audiência também marca o reinício do processo de criação de ações e políticas afirmativas para a população negra na cidade. “Devemos reparar os erros do passado”, afirmou ele, em referência a abolição da escravatura no final do século 19. A programação da segunda edição do Ciclo Nacional de Conversas Negras será divulgada no próximo ano.

Este artigo veio de A Tribuna - Exclusivo é o que você pensa
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