O governo de Alagoas, por meio da Diretoria de Assistência Farmacêutica (DAF) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), quadruplicou, no período de 2007 a 2010, o número de usuários atendidos pelo Componente Especializado de Assistência Farmacêutica (Ceaf).

De acordo com o diretor da DAF, Fábio Pacheco, há três anos um universo de 4 mil pessoas eram beneficiadas com os medicamentos de alto custo fornecidos de forma gratuita pelo governo do Estado. Em 2010, acrescenta Pacheco, o número saltou para em média 18 mil. “O Estado investe por ano na compra de medicamentos com recursos próprios em torno de R$ 5 milhões”, reforça o diretor.

Segundo Fábio Pacheco, o governo federal repassa por mês para a farmácia de Alagoas em torno de R$ 3 milhões nos 140 tipos de medicamentos distribuídos para os pacientes, sendo a maioria deles portadores de doenças crônicas, a exemplo de hepatite, doenças renais, anemias, mal de Alzheimer, dislipidemias (aumento dos lipídios no sangue); entre outras doenças.

“Em 2007, o Governo distribuía menos de 80 tipos de medicamentos para atender em média a 20 patologias e, atualmente, cobrimos 32 doenças, exatamente o teto que o Ministério de Saúde preconiza”, destacou Pacheco.

Conforme afirmou o diretor, há tratamento que o paciente faz durante seis ou nove meses e gastaria, mensalmente, em torno de R$ 600, caso não recebesse gratuitamente da farmácia básica do Governo. “A maior demanda por tratamento inclui as doenças envolvendo dislipidemias, Alzheimer e esquizofrenias. Há medicamentos que onerariam o usuário em até R$ 1 mil”, reforçou o diretor da DAF. Outra conquista da atual gestão, sinaliza Pacheco, está na descentralização do atendimento aos usuários.

Descentralização - Segundo ele, pelo menos 48 farmacêuticos estão atuando nas 13 microrregiões do Estado, há um ano, no cadastramento de usuários que tomam os medicamentos gratuitos.

“O farmacêutico se dirige a farmácia de sua microrregião e pega os remédios para os usuários cadastrados, proporcionando mais rapidez e comodidade aos beneficiados”, ressaltou o diretor, acrescentando que a segunda fase da descentralização é a parte física. As 13 microrregiões englobam aproximadamente 30 municípios.

“O Estado fará parceria com os municípios para que os medicamentos sejam distribuídos nas cidades onde os usuários moram”, ressaltou. Fábio Pacheco diz que Arapiraca é um município polo que tem outros onze municípios agregados. O próximo polo será em Palmeira dos Índios que deve começar a funcionar no começo de novembro; Penedo no fim de novembro e Coruripe; está em fase de negociação entre Executivo estadual e municipal.

Pacheco creditou o crescimento expressivo no número de usuários ao aumento de diagnósticos. “Nos últimos três anos, o acesso do usuário a exames e consultas na rede de saúde pública e privada melhorou, tornando o processo mais rápido e eficaz. O paciente faz a consulta, o exame e recebe o medicamento, fechando o ciclo do atendimento”, salientou.

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Adailson Calheiros

Dona Maria é uma das beneficiadas pelo DAF


O diretor da DAF reforça que a realidade aponta para a modernização da assistência farmacêutica. “A evolução se dá devido aos sistemas que a DAF vem implantando, a exemplo do Sismedex (sistema on line interligado ao do Ministério da Saúde”, disse.

Por meio de um cadastro e senha, o paciente poderá acompanhar já a partir do início do próximo ano os processos de solicitação de medicamentos, realização de exames, entre outros de seu interesse.

A usuária Maria Auxiliadora Avelino faz uso do medicamento Alênia (para asma crônica) há três anos e diz que a economia faz a diferença no orçamento familiar. “Todo mês eu pego a bombinha de graça e a cada três meses renovo o cadastro. A cada semestre faço a espirometria para o médico avaliar se ainda preciso”, contou.

Satisfação semelhante demonstrou a dona-de-casa, Alexandra Tenório Alves, que trabalha com o esposo em uma empresa de engenharia do casal. Ela disse que começou este mês a pegar, gratuitamente, o medicamento Alênia para a sua empregada doméstica e que, até então, comprava e que gastava em torno de R$ 140 por mês.

“Ficava caro demais, mas agora vou aproveitar a oportunidade e cadastrar a minha secretária. Assim, economizo e faço uso de um direito que temos e não fazemos uso”, concluiu Alexandra.