As modelos plus size, que têm ganhado mais espaço em editorias e passarelas mundo afora, devem conquistar mais visibilidade também aqui no Brasil. Uma das principais agências do país, a Ford, acaba de criar um departamento especializado em tops com medidas mais generosas do que as modelos que vestem 36.
Segundo a vice-presidente da empresa, a ex-modelo Denise Céspedes, a novidade também vai beneficiar profissionais que não se encaixam no padrão exigido no mundo da moda e que não conseguem atingi-lo, pois seu biótipo não permite.
É o caso de Stefanie Medeiros, uma das apostas da agência, que fechou seu primeiro trabalho internacional, em Nova York. Ela tem 98 cm de quadril e 69 cm de cintura. Só para ter uma ideia, Gisele Bündchen tem 89 de quadril e 59 de cintura e mede 1,79m, 4cm a mais do que Stefanie.
Além das brasileiras, a agência trabalha com tops internacionais como Crystal Renn, que ganhou fama com curvas generosas após lutar contra distúrbios alimentares para tentar se encaixar no padrão imposto no mundo da moda. Na lista, também está Tara Lynn, que foi capa da Elle francesa de março. Veja como será o departamento e as perspectivas desse mercado:
Terra - Por que a Ford Brasil decidiu ter um departamento de modelos plus size?
Denise Céspedes - Não é apenas um departamento para plus size, mas também um departamento para modelos que estão com alguns centímetros a mais e não conseguem emagrecer, pois seu biótipo não favorece. Resolvemos então criar o Ford + e colocar algumas modelos que estavam acima das medidas para trabalhar e conseguirem ter uma carreira internacional, pois a Ford Americana já possui este departamento há mais de 15 anos.
O que é uma modelo plus size para vocês?
Para nós uma modelo plus size é aquela com manequim acima do 44. No caso do nosso departamento Ford +, que não é apenas de modelos plus size, mas também para modelos que estão fora do padrão da moda que é manequim 36/38, o manequim começa no 40.
Que características essas modelos precisam ter para estar no núcleo plus size da Ford?
Mulheres lindas e com o porte de modelo (mínimo 1,75 m), mas com um quadril acima dos padrões estabelecidos pelo mundo fashion.
Acredita que o núcleo plus size poderá privilegiar o biótipo da brasileira, com quadris mais largos?
Nossa proposta é mostrar que todas as mulheres podem ter acesso a uma moda moderna e atual. No planeta há mulheres com quadril 89 e outras com quadril 120. Nosso objetivo é propor a inclusão da mulher mais gordinha na moda, nas passarelas, nos editoriais, nas campanhas.
Vocês têm recebido pedidos de clientes para modelos plus size?
Quebrar paradigmas não é muito fácil, no entanto a minha equipe de profissionais já recebeu algumas consultas e a surpresa é que já fechamos uma modelo do departamento, a nossa aposta Stefanie Medeiros, para ir a Nova York.