Soldados patrulham Bangcoc; governo amplia toque de recolher

20/05/2010 07:12 - Brasil/Mundo
Por Redação

O governo da Tailândia manterá até domingo (23) o toque de recolher declarado em Bangcoc e em outras 23 províncias do nordeste e norte do país, em resposta à onda de saques e violência após a operação do Exército que desmontou o acampamento dos opositores "camisas vermelhas" no centro da capital.

 

O porta-voz do Exército, coronel Sansern Kaewkamnerd, disse que a medida seguia sendo necessária apesar de já estar causando "muitas inconveniências" às pessoas. O Exército assumiu o controle do centro de Bangcoc, mas vários militantes armados continuam escondidos em diversos edifícios, segundo Kaewkumnerd.

Os "camisas vermelhas", que durante semanas se instalaram num acampamento fortificado num bairro nobre da cidade, agora se dispersaram. Centenas deles, que haviam se refugiado num templo, foram retirados pela polícia. Seis cadáveres foram encontrados no local.

"A democracia não pode ser construída sobre a vingança e o ódio", disse pela TV Veera Musikapong, presidente da Frente Unida pela Democracia contra a Ditadura, nome oficial dos "camisas vermelhas". Veera, que está preso, pediu a seus seguidores que voltem para suas casas


Desde o início das manifestaçõses, em meados de março, mais de70 pessoas morreram e quase 2 mil ficaram feridas no país.

Na manhã desta quinta-feira, milhares de manifestantes abandonaram um templo budista de Bangcoc, um dos últimos refúgios dos camisas vermelhas. Muitas mulheres e crianças haviam se refugiado no local, declarado "zona protegida" diante da iminência de uma operação militar.

Os incidentes afetaram o lucrativo setor turístico do país, responsável por 6 por cento do PIB local e 15% dos empregos no país. O Departamento Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social estima que as nove semanas de crise tenham custado ao país cerca de 3 bilhões de dólares, ou 1% do PIB.

Oposição
Os manifestantes são em sua maioria camponeses pobres, seguidores do ex-premiê Thaksin Shinawatra, deposto por militares em 2006. Eles acusam Abshisit, eleito indiretamente com apoio das Forças Armadas, de não ter legitimidade para governar.

Condenado por corrupção, o bilionário Thaksin vive fora do país. Por telefone de um local não revelado, ele disse à agência de notícias Reuters que a repressão militar aos manifestantes pode desencadear uma guerra de guerrilhas. "Há uma teoria que diz que uma repressão militar pode disseminar o ressentimento, e que essas pessoas ressentidas se tornam guerrilheiras", afirmou.

* Com informações da AFP, Efe e Reuters

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