Em 1989 durante sua campanha para a Presidência da República o atual senador Fernando Collor (PTB) ficou conhecido como o ‘caçador de marajás’, slogan que lhe rendeu muita popularidade no país inteiro. Entre suas promessas estava a de identificar em Alagoas cerca de 300 funcionários que recebiam fortunas, embora com o respaldo da lei.

Um dos supostos marajás apontados pelo ex-presidente era o advogado Luiz Gonzaga Mendes de Barros, que na época atuava como procurador-geral da Assembleia Legislativa. O anúncio da candidatura de Collor - que saiu da presidência sob acusação de envolvimento num esquema de corrupção comandado por Paulo César Farias - para disputar as eleições deste ano continua causando polêmica entre aliados e opositores.

Cerca de 20 anos depois Mendes de Barros, que tem uma aposentaria de R$ 25 mil mensais, e que na época ficou famoso por, segundo Collor, ganhar muito, trabalhar pouco e viver cercado de mordomias, já que recebia R$ 45 mil afirmou que saiu como marajá, enquanto o ex-presidente continua sendo visto como corrupto.

“Não fui acusado de corrupção e sim, de ganhar muito. Quanto à candidatura de Collor acho natural, já que ele conseguiu se eleger senador em 2006. O que estranhei foi o apoio inicial a Ronaldo Lessa, mas o ex-presidente é versátil, quero dizer capaz de tudo. Naturalmente me aposentei como marajá, e recebo o que tenho direito”, destacou Mendes de Barros.

Ele ressaltou que não vota em Collor e lembrou que na época em que o senador assumiu o governo do Estado teve um aumento de 3 vezes em seu salário, para justificar o slogan usado na campanha. Mendes de Barros ironizou ao dizer que caso Collor seja eleito governador o valor da aposentadoria que recebe irá ser alterado.

“Foi ele mesmo quem se destruiu e não voto nele por razões óbvias. Collor quis me pegar, mas a mira dele é ruim, por isso o tiro saiu pela culatra. O que ele pregou sobre os marajás foi só para se eleger, um slogan de campanha que foi contrário ao que ele fez, pois ficou conhecido como ladrão”, afirmou o advogado.