No início da tarde desta sexta-feira (26), o juiz da comarca de Mata Grande, através de uma portaria lacrou lan houses, bares e casas de shows, na cidade de Inhapi, região do Alto Sertão. Segundo o magistrado o lacre foi feito por conta do grande número de crianças que não compareciam as salas de aula, por estar em bares ingerindo bebidas alcoólicas e na internet. A decisão deixou os donos dos estabelecimentos irritados.

A portaria foi assinada ontem dia (25), mas só hoje os oficiais entregaram o mandado do lacre. Para o juiz Yulli Maia, a medida foi necessária para que o problema não tomasse uma proporção maior.

“Muitas denúncias que crianças e jovens não estavam comparecendo a escola e ao invés disto, os jovens estavam trocando o caderno por bebidas alcoólicas, por isso foi necessário tomar uma atitude enérgica para resolver o problema”, explicou Yulli.

A decisão da justiça não agradou a comerciante Gilcelma Pereira, dona de um bar no Centro da cidade que teve que ser lacrado. “Aqui ninguém vende bebida para menores, os meus clientes são pessoas de idade. Os meninos compram latinha e até mesmo litros de cachaça, numa padaria que fica aberta à noite toda”, se defendeu.

As lan houses Hally Net, Pop Center Informática, Arena Net, JS Pont Net, e casas de shows 20V, Scorpions e os quiosques na praça central. Todos esses estabelecimentos citados foram lacrados. A denúncia foi formulada pelo Conselho Tutelar da cidade. A denúncia foi enviada ao Ministério Público Estadual (MPE/AL), para uma melhor apuração, até então todos permanecem sem funcionar, caso contrário multas serão aplicadas.

A responsável pela casa de shows 20V, Gislane Melo afirmou que o prejuízo vai ser grande caso não volte a funcionar. “Estou preocupada, tive o bar lacrado inesperadamente, aqui ninguém vende bebida a menor de idade não”, disse.

O juiz também deve investigar algumas lan houses que permitem o acesso de menores de idade a sites pornográficos. Já as casas de shows, uma equipe do Corpo de Bombeiros vai ao local para fazer uma vistoria e após imitir um laudo informando se tem condições ou não de funcionamento.

O ano passado uma pessoa foi executada dentro de um bar, e um palhaço de um circo quase morreu após ter recebido uma facada na cabeça.