A atriz Juliana Paes, de 30 anos, é a prova de que parar de fumar não é fácil para ninguém, mas não é impossível. A artista decidiu deixar o cigarro no fim de janeiro para tentar engravidar, e começou a usar adesivos de nicotina. Não se adaptou. Agora, ela está contando apenas com sua força de vontade e exercícios físicos.
— Não está sendo nada fácil. É difícil pra caramba. No início, coloquei um adesivo, mas fiquei meio tonta, senti um mal-estar e achei melhor não usar mais. Agora, estou contando mesmo com a força de vontade — disse Juliana.
O desejo da atriz de ter um filho é o seu maior incentivo contra o vício.
— Larguei o cigarro porque estou tentando engravidar. Achei que era importante, um bom motivo para tentar parar. Sempre achei que fumar era um mico.
A cardiologista Jaqueline Scholz Issa, do Instituto do Coração da USP, alerta que o esforço é importante mas nem sempre é suficiente:
— Só a força de vontade não basta para todas as pessoas. Em alguns casos, é preciso procurar ajuda.
Acompanhamento médico é importante
Reconhecer o tabagismo como doença é um dos primeiros passos para quem quer parar de fumar, explica o pneumologista Ricardo Meirelles, da Clínica de Combate ao Tabagismo da COI - Clínicas Oncológicas Integradas. No Brasil, 80% dos fumantes querem largar o cigarro. Por ano, 200 mil pessoas morrem no país devido ao tabagismo, que, mais do que comprovadamente, causa vários tipos de câncer e doenças cardiovasculares.
— Ao se tratar, a pessoa passa a entender o que a leva a fumar e é orientada sobre como resistir a essas situações, pois a vontade de fumar passa em poucos minutos. O mais importante é mudar o pensamento em relação ao cigarro — esclarece o médico.
Segundo Meirelles, os medicamentos disponíveis no mercado ajudam o fumante na luta contra o vício, mas não fazem milagres. Por isso, ele aconselha acompanhamento médico:
— O tratamento é individualizado e considera o caso de cada paciente. Jaqueline explica que, às vezes, o medicamento é necessário para enfrentar os sintomas da abstinência:
— Todo fumante quer parar, mas não quer sofrer. E os sintomas são duros, como alteração motora, nervosismo e compulsão alimentar.
Os postos de saúde oferecem tratamento contra o tabagismo.