Familiares, amigos, políticos e um guarda de uma das prisões em que Nelson Mandela esteve preso comemoraram com ele o 20º aniversário de sua libertação, ocorrida em 11 de fevereiro de 1990, após 27 anos de prisão, no que representou o anúncio da queda do regime segregacionista do apartheid.

A comemoração teve lugar na residência de Mandela em Johanesburgo e foi organizada ontem à noite por sua ex-mulher Winnie Mandela e sua filha Zindzi, informou hoje a agência sul-africana "SAPA".

Entre os presentes estavam filhos e netos de Mandela, companheiros do Congresso Nacional Africano (CNA), antigos ativistas políticos e sociais e membros do atual Governo e de gabinetes anteriores.

Quem também estava lá era Christo Brand, carcereiro que ficou amigo de Mandela.

O ex-presidente sul-africano foi o último a se juntar ao jantar, acompanhado de Zindzi e sua esposa, Graça Machel.

Segundo o sacerdote católico Smangaliso Mkhatshwa, detido e torturado no período do apartheid, estiveram na reunião os membros do "comitê de recepção" que recebeu Mandela quando foi libertado em 1990.

"Está bem, alegre como sempre e, apesar da idade, não perdeu seu senso de humor", disse Mkhatshwa sobre o estado de Mandela.

Segundo o vice-ministro de Polícia sul-africano, Fikile Mbalula, comparecerá na quinta-feira a um ato comemorativo por sua libertação na entrada da prisão de Groot Drakenstein, atual nome da Victor Verster, onde ficou preso, perto da Cidade do Cabo.

O atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma, sucessor de Mandela, discusará na cerimônia.

Citado pela "SAPA", Mbalula disse que o CNA espera reunir "pelo menos 20 mil pessoas ao redor da prisão", entre eles alguns veteranos do partido, que governa África do Sul.

Após o ato, também está previsto que Mandela esteja na abertura da sessão do Parlamento sul-africano, na qual Zuma fará seu primeiro discurso sobre o estado da nação.

Mandela, que completa 92 anos em julho, está há quase uma década longe da vida política sul-africana, que abandonou para se dedicar a obras sociais com a fundação que leva seu nome e faz poucas aparições públicas. EFE