A Câmara recusou hoje pedido do ex-chefe de gabinete do deputado Clodovil Hernandes, morto no ano passado, para ressarcir os gastos com o funeral do parlamentar. O ex-assessor Maurício da Silva Petiz, amigo de Clodovil há mais de 20 anos, havia apresentado pedido de reembolso de R$ 10 mil para arcar com as despesas funerárias do parlamentar, mas o pedido foi arquivado pela Mesa Diretora da Casa.
A Câmara afirma que, pela tradição da Casa, os deputados se unem para pagar aos familiares do falecido uma espécie de auxílio funeral. Como Clodovil não tinha herdeiros diretos, nem familiares encontrados pela Casa, a Mesa negou o pedido de Petiz.
Cada deputado contribui com um "auxílio pecúnio" na morte do colega, descontando dois dias de salário no mês para repassar o valor à família do parlamentar falecido.
Na prática, no auxílio funeral, cada deputado deve contribuir com R$ 1.100, uma vez que a diária do salário é de R$ 550,40. O cálculo é feito com base no valor bruto do salário dos deputados, que é de R$ 16.512. No caso de Clodovil, a assessoria da Casa afirma que não repassou o dinheiro, uma vez que o parlamentar não tinha parentes diretos vivos.
Depois da morte de Clodovil em março de 2009, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), uma série de polêmicas marcaram a discussão sobre a divisão dos bens do deputado.
A Polícia Legislativa da Câmara chegou a realizar uma investigação na residência de Clodovil para levantar os bens deixados pelo estilista. Os policiais fizeram um inventário com os pertences do parlamentar.
O deputado e estilista deixou um testamento, elaborado em 2007, o qual previa a criação da Fundação Izabel (nome da mãe adotiva do estilista), que abrigaria as Casas Clô --entidade beneficente para crianças órfãs. Amigos do estilista prometeram usar todo o dinheiro deixado por Clodovil para realizar o seu desejo.