Baseados na “vivência” de uma visita ao Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, em 2006, meninas e meninos exercitaram através de textos com o tema “Uma Viagem Viva a História de Alagoas”, o diálogo com arte do museu e isso possibilitou a construção e experimentação, de novos olhares reveladores, interpretativos,cativantes e pessoais.
São experiências que invadindo o território da sociologia e da história transbordaram descobertas. Inúmeras gavetas foram abertas revelando o segredo do conhecimento com e sobre aspectos significativos da história de Alagoas.
Seguem os depoimentos:
“Eu nunca tinha estado em um museu antes esta foi a primeira vez e que primeira vez emocionante eu tive. O passeio ao Instituto Histórico e Geográfico foi repleto de descobertas.
O que mais me marcou foi a questão da escravidão, todos aqueles instrumentos de tortura e todas aquelas injustiças cometidas apenas porque as pessoas brancas se julgam melhores do que as negras.
O preconceito é uma grande dificuldade que o ser humano tem que enfrentar ainda por muito tempo até entender como respeitar e amar o próximo. A crença da existência de raças superiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão por muitos anos.
No museu também vi expressões artísticas que me emocionaram como o quadro de Rosalvo Ribeiro, pintor alagoano”Dama Desconhecida”, de 1895. Por alguns instantes fiquei parado diante daquele quadro tentando visualizar naquela dama traços da minha mãe, pois para mim uma pintura tão perfeita só poderia ser dela.
Fiquei encantado com a imponência das fardas antigas feitas de cetim e quase me imagino vestindo e defendendo minha república ao toque do majestoso sino da capela do Evangelho da Lama do município de São Miguel dos Milagres. E o velho pilão de café de 1872 parecia até sentir o cheiro do cafezinho batido na hora. Este passeio pela história de Alagoas foi mesmo educativo fiquei muito feliz de ter sido escolhido para participar desta experiência única na minha vida. “A primeira vez a gente nunca esquece.”
Mais uma redação:
"Fui ao museu geográfico e lá vi vários objetos sobre os negros, eu achei muito interessante. A gente quando é pequeno mesmo que seja brincando chamamos pessoas de negras, pretas e aí a brincadeira vira coisa séria, porque pessoas são pessoas e não cor.
Tem muitas mães que só porque o filho é branco não quer que a criança brinque com crianças negras. Eu não tenho racismo, porque minha mãe é branca e meu pai é negro. Tem pessoas que têm vergonha de ser negras. Porque ter vergonha da cor se nasceram assim?
Minha mãe me ensina muitas coisas. Uma delas é que não devemos ter vergonha do que nós somos, brancos, negros. Cada um tem a cor que Deus permitiu.
Mas do que uma visita ao Instituto Histórico e Geográfico fiz uma bela viagem nos meus pensamentos refletindo e aprendendo sobre tudo que vi e ouvi."
Naquela ocasião o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas se transformou em um belíssimo canteiro de obras, moldando uma outra gente com um jeito novo de encarar a vida, através do real conhecimento da história.
Esse é o papel da Lei Federal nº 10.639/03 e Lei Estadual nº 6.814/07!