Só quem trabalha nas comissões técnicas de Santos e de Palmeiras tem uma ideia do estado físico no qual os dois rivais abrirão neste sábado, às 18h10, na Vila Belmiro, uma das semifinais do Campeonato Paulista.

 

Ambos os clubes têm se desdobrado entre duas competições, dividido a rotina em seus respectivos centros de treinamento com o check-in de aeroportos e tentado, na medida do possível, preservar os elencos.

 

No caso do Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo chegou a mesclar o time titular com alguns homens do banco de reservas até o instante de garantir a vaga nas finais do Estadual.

 

Desde o 3 a 0 contra o Barueri, no dia 14 de março, ele vem escalando o que tem de melhor à disposição. Em quase um mês, foram oito confrontos.

 

A conta inclui o difícil compromisso ante o Sport, na última quarta-feira, pela Taça Libertadores da América.

 

Fora o desgaste físico natural dos 90 minutos de bola rolando, a partida trazia uma carga emocional de 36 dias, contados a partir da derrota para o Colo Colo (3 a 1), que fez muitos darem o clube paulista como morto no torneio continental.

 

"Você vê que ninguém se poupou. Em jogos decisivos, o emocional é muito forte. A maior preocupação, no momento, é evitar as lesões', afirmou o preparador físico do Palmeiras, Antônio Mello.

 

No desembarque palmeirense em Guarulhos, ontem, era visível no rosto dos jogadores o sinal da maratona.

 

"É claro que uma hora chega o cansaço físico e psicológico. Mas quem não gosta de disputar partidas decisivas? Vale a doação total de cada um', disse o centroavante Keirrison.

 

A sequência de partidas que o Palmeiras tem enfrentado pelo Paulista e pela Libertadores poderá fazer o técnico do Palmeiras poupar alguns de seus titulares. Os jogadores que voltaram recentemente de lesão, como o lateral-direito Fabinho Capixaba e o agora volante Edmilson, e outros mais desgastados, como o zagueiro Maurício Ramos, que deixou o jogo contra o Sport com cãibras, poderão ficar de fora do clássico.

 

"O desgaste é normal desses jogos decisivos. [Na Ilha do Retiro] o campo era muito fofo, o clima estava quente. Amanhã é que eu vou decidir o que fazer", disse o treinador.

 

O clube da Vila Belmiro também jogou oito vezes em cerca de um mês. A diferença é que no meio da semana, o técnico Vagner Mancini pôde se dar ao luxo de poupar a maioria dos titulares contra o CSA, pela Copa do Brasil, confiante em uma vitória na partida de volta.

 

"As viagens atrapalham a preparação. Não dá tempo de treinar nem de fazer nada. Por isso, nesse momento prefiro conversar com os atletas do que fazer um trabalho mais pesado', afirmou o treinador.

 

Parte dessa confiança se deve, também, ao fato de que a série de embates dos santistas é bem mais amena que a do rival.

 

Fora as semifinais do Paulista, hoje e no próximo sábado, o Santos só voltará a campo no dia 22 de abril, contra o CSA. Por sua vez, o time do Parque Antarctica já receberá o Sport, na quarta, pela Libertadores.

 

Caso avance à decisão do Estadual, marcada para os dias 26 de abril e 3 de maio, o Palmeiras terá de intercalar as datas com os duelos restantes da fase de grupos do torneio continental. Enfrenta a LDU, no dia 21, e o Colo Colo, oito dias depois.

 

Em 9 de maio, começa o Brasileiro para o Palmeiras, contra o Coritiba. O Santos estreia um dia depois, ante o Grêmio.

 

SANTOS
Fábio Costa; Pará, Fabão, Astorga e Triguinho; R. Brum, Rodrigo Souto (Germano), Madson e Paulo Henrique; Neymar (Roni) e Kléber Pereira
Técnico: Vagner Mancini

 

PALMEIRAS

Marcos; Fabinho Capixaba (Sandro Silva), Danilo, Maurício Ramos (Marcão) e Armero; Edmilson, Pierre, Cleiton Xavier e Diego Souza; Willians (Ortigoza) e Keirrison
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

Horário: 18h10
Local: Vila Belmiro
Juiz: Wilson Luiz Seneme