O atacante Adriano deve voltar a Milão para se reapresentar à Internazionale apenas após a Páscoa. O jogador não voltou ao time italiano na última sexta-feira, após defender a seleção brasileira, e chegou a ser dado como desaparecido.

 

O jogador está no Rio. Segundo o delegado Marcos Reimão, da DAS (Delegacia Antissequestro), o jogador se encontrou com traficantes da Vila Cruzeiro depois de se recusar a voltar para a Itália. Adriano ficou três dias na Vila Cruzeiro, favela onde foi criado, na Penha, zona norte do Rio. A região é controlada por traficantes da facção criminosa Comando Vermelho.

 

"O Adriano é ídolo na localidade e referência para a toda comunidade. Sabemos que ele ficou triste por um problema sentimental e foi para lá se confortar", contou Reimão.

 

"Como foi criado lá, acabou se encontrado com o Mica [Paulo Rogério de Souza Paz, chefe do tráfico local] e outros, mas não passou disso", disse Reimão, acrescentando que não fez incursão na favela para encontrar o atacante.

 

Ontem, Gilmar Rinaldi, procurador do jogador, conversou com dirigentes da Inter de Milão para definir o futuro do atleta, que permanece indefinido.

 

O jogador teria decidido se refugiar na favela após brigar com a sua namorada, a professora de educação física Joana Machado. Nos três dias em que ficou na Vila Cruzeiro, Adriano conversou com amigos, visitou familiares e participou de um baile funk na comunidade.

 

Ontem, o atacante ficou na casa da sua mãe, na Barra da Tijuca, na zona oeste, onde está desde sábado. O jogador, até agora, não deu entrevista para explicar os motivos que o levaram a abandonar seu clube, que lidera e é favorito ao título do Italiano.

 

Segundo Rinaldi, os problemas de Adriano não têm nada a ver com drogas ou alcoolismo. "Eu não posso dizer que ele tem problemas de alcoolismo. Ele tem, sim, alguns problemas pessoais", disse.

 

Com o futuro incerto na Inter de Milão, o jogador poderá ser emprestado nos próximos dias para um clube brasileiro.