Sarkozy e Carla Bruni: quem traiu primeiro? Pergunta irrita o presidente na véspera das eleições regionais

13/03/2010 18:55 - Brasil/Mundo
Por Redação

1. Em época de eleições, ainda que regionais (estaduais), fica difícil distinguir um “gossip” (fofoca) de fortes indícios de infidelidade bilateral.

O matrimônio de Sarkozy e Carlá ( os franceses marcam a pronúncia oxítona ao se referir à primeira-dama) já dura dois anos. Vai mal e daí a brecha para especulações.

Sarkozy é um direitista que, como presidente, controla velhos ímpetos fascistas.

Quando ministro do Interior (segurança pública), Sarkozy, de origem húngara e marcado pelo anticomunismo soviético dos ancestrais, reprimiu com violência brutal os escoteiros protestos de marginalizados filhos de imigrantes, todos franceses de nascimento. Assim, ele ganhou a eleição dos socialistas, num país que, em 1789, fez uma revolução com metas de liberdade, igualdade e fraternidade: liberté, igualité et fraternité.

Pior. Na terra das liberdades, há espaço, em pleno século XXI, para se especular sobre a vida privada do casal presidencial. Ou seja, se Sarkozy transa com a ministra da Ecologia, Chantal Jouanno, uma campeã de karatê de 40 anos, ou se a italiana Carla Bruni vai para a cama com o cantor Benjamin Biolay, de 37, ex-marido de Chiara Mastroianni, a filha do saudoso Marcello.

Como lembra com fina ironia o jornalista Mino Carta, ao analisar em editoriais certas situações, “não há bala perdida”.

2. Na divisão das tarefas conjugais no Palácio do Eliseu (Palais de l’Élysée), Sarkozy cuida da política com exclusividade, consoante mandato que lhe foi entregue pelos franceses.

A primeira-dama Carla empenha-se em obras sociais do governo. E, mais que tudo, da sua carreira artística: de última hora avisou que não participaria do Festival de San Remo (oficialmente, festival da canção italiana), com medo das repercussões de merecidas vaias. Estas, decorrentes da sua ambiguidade ideológica, desde os tempos que, nos Anos de Chumbo (terrorismo na Itália), fugiu para a França a reclamar dos riscos de ser vitimada pela violência urbana. Também por ser um arremedo de cantora: intérprete de quinta categoria.

Carlá sempre marca presença nas badalações da chamada “gauche-caviar” (esquerda-caviar). Ela é o ícone dos esquerdistas que gostam de receber uma grana do governo e brindar, com champanhe, noitadas nos clubes privês dos endinheirados.

Como até as guilhotinas dos museus sabem, Carla é tão esquerdista quanto Paulo Skaf, presidente da Fiesp e candidato ao governo de São Paulo pelo partido socialista: aquele partido que quer redução nas horas de trabalho, com oposição da Fiesp.

3. Nas eleições regionais de amanhã (domingo), a vitória, mais uma vez, será dos socialistas, que já governam em 20 regiões. Na última eleição só perderam na Córsega e na Alsácia.

Sarkozy, que se esforça para passar a imagem de líder mundial e influente na geopolítica internacional, está com o prestígio político interno em queda livre. Por isso, irrita-se quando os jornais destacam a crise matrimonial.

Para muitos franceses, quem traiu primeiro foi Carla. Quando voou para a Tailândia na companhia do músico.

4. PANO RÁPIDO. Ler sobre as aventuras nos jardins de Versailles, ao tempo da monarquia, é bem mais interessante. Quando se tem um blog Sem Fronteiras, não dá para escolher leituras: só dá para ler com o nariz tapado.

Carla Bruni faz qualquer coisa para manter a imagem de “celebridade politicamente correta”.

Ela já foi até Roma para gravar um programa de televisão a fim de desmentir propalada admiração e empenho em favor do pluriassassino Cesare Battisti. Disse que estava do lado dos direitos humanos, ou melhor, dos familiares das vítimas de Battisti, um criminoso comum, matador de um açougueiro de periferia, um joalheiro de bairro, um carcereiro e um jovem motorista de viatura policial de transporte de presos.

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