Foi nesta sexta-feira, 19, que a cidade de Palmeira dos Índios entrou para o calendário político de Alagoas como um dia de demonstração de força executiva e fervilhamento de pautas sociais no Agreste. Entre entregas de infraestrutura e saúde, o cenário em Palmeira dos Índios serviu de palco para o Governador Paulo Dantas reafirmar compromissos de gestão, ao mesmo tempo em que trouxe à tona um dos debates mais sensíveis da região: a demarcação de terras indígenas.
O protagonismo oficial do dia ficou por conta da inauguração do Hospital Regional e da entrega do primeiro trecho da duplicação da AL-115, que conecta Palmeira a Igaci.
Ao entregar a rodovia e o hospital, Paulo Dantas cumpre promessas de campanha e consolida sua imagem como um gestor de entregas rápidas. A duplicação da AL-115, especificamente, é vista como um divisor de águas para o escoamento da produção e para a segurança viária, integrando de forma mais eficiente o coração do estado.

Entre os políticos: Governador Paulo Dantas, prefeita Tia Júlia, Renan Calheiros, deputados Silvio Camelo, Ronaldo Medeiros e José Wanderley, Adeilson aparece na lateral de óculos escuro
O embate da Demarcação: Adeilson Bezerra no centro da pauta
Apesar do clima festivo institucional, a presença do advogado e presidente estadual do Solidariedade/AL, Adeilson Bezerra, elevou a temperatura política do evento. Natural de Palmeira dos Índios, Bezerra aproveitou a ocasião para dar voz a um movimento que ganha corpo no município: o "Não à Demarcação".
O advogado tem sido a ponte técnica e política de um grupo de agricultores e comerciantes que se opõem à homologação da terra indígena Xucuru-Kariri.

Durante o ato, Adeison Bezerra foi enfático ao defender os produtores locais que alegam possuir títulos de propriedade legítimos e ocupação histórica.
“Eles lutam pela não homologação. Os produtores e comerciantes alegam possuir imóveis e terras com títulos de propriedade e que a área já estava ocupada, há décadas, por suas famílias”, declarou Bezerra.
Trânsito em Brasília
A atuação de Adeilson Bezerra não se restringe ao palanque local. A causa já chegou às mais altas esferas do poder na capital federal. O advogado relembrou sua articulação direta no Supremo Tribunal Federal (STF), onde esteve em audiência com o ministro Gilmar Mendes, acompanhado pelo presidente nacional do Solidariedade, deputado Paulinho da Força.
O engajamento de Bezerra sinaliza que a disputa pela terra em Palmeira dos Índios não é apenas uma questão local, mas uma queda de braço jurídica e política que envolve o direito de propriedade versus o reconhecimento de territórios tradicionais em diversas partes do Brasil.
A sexta-feira mostrou uma Palmeira dos Índios que, ao mesmo tempo em que celebra o progresso físico das obras de Dantas, enfrenta tensões sociais profundas. A presença de lideranças como Bezerra reforça que o debate sobre a demarcação Xucuru-Kariri será um dos grandes temas políticos de 2026, exigindo do Governo do Estado e da União um equilíbrio delicado entre o desenvolvimento econômico e os direitos humanos.










