O CM Cast, podcast dedicado à análise dos bastidores da política local e nacional, lançou nesta terça-feira (9) um episódio em que os jornalistas Carlos Melo, diretor do Grupo CadaMinuto, e Ricardo Mota debatem o motivo do PT-PV-PC do B atraírem candidatos desesperados.
No episódio, Carlos Melo comentou que vários políticos alagoanos sem qualquer ligação com movimentos estudantis ou com a esquerda histórica estão buscando filiação no PT, PV ou PCdoB.
“De repente, esses três partidos viraram um ‘oásis’, naturalmente por conta da questão eleitoral”, afirmou. Ele citou nomes como Júlio César, Cícero e Cavaco, que chegaram a declarar: “Se o PT me chamar, eu vou”.
Para Melo, é preocupante que o que resta da esquerda alagoana sirva de abrigo para candidatos motivados apenas pelo cálculo eleitoral. Ricardo Mota concordou e destacou a falta de identidade ideológica dos pretensos candidatos.
“O PT é o maior partido de esquerda do Brasil, partido do presidente Lula. Já o PV nunca conseguiu criar uma identidade clara como partido ambientalista”, disse Mota, lembrando que, atualmente, o PV em Alagoas não tem líderes efetivamente ligados à causa ambiental.
O PCdoB, segundo ele, “praticamente acabou”. O principal nome do partido hoje é Charles Hebert, que pode assumir mandato para ganhar visibilidade. “É um cara ligado a Paulo Dantas, já foi candidato a vereador novamente e talvez tente ser deputado estadual como escada eleitoral”, explicou.
Entre as três legendas da federação, Silvio Camelo é apontado como o nome do PV para a reeleição, enquanto Ronaldo Medeiros representa o PT. A terceira vaga, no entanto, gera disputa intensa.
Davi Maia surge como um possível candidato tanto no PV quanto no PT, embora sem histórico nos partidos. Ele possui alguma relação com questões ambientais por causa de suas propriedades. Além dele, o filho do prefeito de Penedo também pretende concorrer pelo PT, apesar de não ter histórico partidário.
Mota explicou que os partidos exigem dos candidatos, acima de tudo, votos. “O que importa é quem pode ser escada e quem tem chance real de eleição”, afirmou, destacando que há brigas e ameaças entre candidatos que tentam ingressar na federação. Alguns já cogitam se filiar ao PDT caso não haja acordo, acreditando ser mais fácil conquistar a vaga na federação do que pelo MDB.
O MDB, segundo os jornalistas, tem 14 deputados estaduais que dificilmente perderão os mandatos. Marcelo Vittor, líder do partido, teria deixado cada deputado em seu território, garantindo proteção eleitoral e mantendo a estabilidade da bancada. Alguns nomes da família Dantas também já foram definidos para as próximas eleições.
Segundo Melo, a disputa pela terceira vaga não é um fenômeno exclusivo de Alagoas. “Em outros estados, como Rio e São Paulo, a bancada histórica mantém identidade ideológica, mas aqui, quando se perde uma vaga, dificilmente se recupera”, afirmou.
O jornalista também lembrou exemplos de vereadores eleitos com votação pequena, como Heloísa Helena e Ricardo Barbosa, e destacou o cálculo eleitoral de Silvio Camelo, que sempre consegue se eleger mesmo com o menor número de votos.
Os jornalistas alertaram ainda sobre os riscos desse tipo de movimentação. “O problema é colocar alguém como Davi Maia ou Medeiros e acabar ajudando a eleger um candidato que poderia superar você, virando escada do outro”, comentou Mota.
Os episódios do CM Cast vão ao ar às segundas e quintas-feiras, sempre a partir das 12h.










