Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram, na manhã desta segunda-feira (24), pela manutenção da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, formando maioria no colegiado. A ministra Cármen Lúcia tem até as 20h para apresentar seu voto.

A decisão sobre a prisão, ocorrida no último sábado (22), repercutiu rapidamente entre políticos alagoanos, que se dividiram entre críticas à medida e manifestações de apoio à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Veja a reação de políticos alagoanos

O vereador Leonardo Dias (PL), líder do partido na Câmara de Maceió, classificou a prisão como “vergonhosa” e “desproporcional”. Para ele, o Judiciário age com motivação política contra Bolsonaro. 

“O motivo? Apoiadores iriam fazer uma ‘perigosíssima’ vigília de oração”, disse. Ele voltou a afirmar que o ex-presidente é alvo de perseguição.

O também vereador Caio Bebeto (PL) afirmou que a prisão representa uma ameaça à democracia e reforça sua visão de que Bolsonaro é alvo de perseguição. “Prenderam um homem de bem que sempre esteve ao lado do povo brasileiro”, declarou, chamando o dia de “triste”.

Na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Cabo Bebeto (PL) disse que a decisão ocorre em momento de fragilidade do ex-presidente e insinuou que ele corre risco. “Não tenho dúvida de que querem matá-lo”, afirmou. Ele criticou o que chama de falta de humanidade na decisão.

O ex-ministro e deputado federal Marx Beltrão (PP) também se posicionou contra a prisão. Para ele, as medidas contra Bolsonaro são “desproporcionais” e têm “traços de vingança”.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, e deputado federal por Alagoas, Arthur Lira (PP), avaliou que a prisão preventiva “não se justifica” e reacende a polarização política. “Nenhum país pode se orgulhar de ter seus últimos presidentes presos”, contou.

Já a vereadora Teca Nelma (PT), alinhada ao campo progressista, comemorou a decisão e ressaltou o simbolismo jurídico do caso. Para ela, a medida representa um acerto histórico do Judiciário: “A justiça democrática começa a reparar as feridas deixadas por quem tentou dar golpe de Estado!”

O deputado federal Fábio Costa (PP) criticou duramente a decisão do ministro Alexandre de Moraes e classificou a prisão do ex-presidente como fruto de perseguição política.

“Quando um condenado por corrupção é solto para governar, e quem enfrentou o sistema é preso sem critério, o país perde a confiança na própria justiça.”, declarou.

O deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT) afirmou que “a justiça tarda, mas não falha” e relembrou a atuação de Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19, quando, segundo ele, a vacina foi transformada em armamento político e a ciência tratada como inimiga.

“Esta prisão não apaga a dor, mas reacende a esperança. É um recado: a impunidade tem limites. O Brasil se levanta dos escombros, exigindo reparação e um futuro onde a vida vença o negacionismo”, ressaltou.

Para o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil), a medida representa um desequilíbrio na atuação do Judiciário. “Bolsonaro não merece essa injustiça. Enquanto isso, a corrupção e o crime organizado dominam a nação”, afirmou.

Gaspar classificou a prisão preventiva como mais um exemplo de excesso por parte do Supremo. “A decisão decretada por Alexandre de Moraes é mais um capítulo da escalada autoritária que tomou conta do país”, concluiu.

Bolsonaro segue detido desde o último sábado (22) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após tentar violar sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. Durante a audiência de custódia, ele admitiu a tentativa e atribuiu o episódio a um quadro de “paranoia” provocada pelo uso de medicamentos.

 

*Estagiário sob supervisão da editoria