Nesta terça-feira (18), durante sessão da Câmara Municipal, a vereadora Teca Nelma cobrou explicações da Prefeitura de Maceió após a liquidação extrajudicial do Banco Master pelo Banco Central e a prisão do dono do conglomerado, Daniel Vorcaro. A instituição recebeu mais de R$ 100 milhões do Instituto de Previdência (IPREV), em letras financeiras de alto risco e sem cobertura do Fundo Garantidor, um valor que seria destinado à aposentadoria de servidores da capital alagoana.

Teca destacou que a aplicação milionária foi orientada por uma consultoria contratada sem licitação por pouco mais de R$ 16 mil, e que o Ministério Público e outros órgãos de controle já investigavam o caso. “O pior cenário, que muitos chamaram de alarmismo, se tornou realidade. Agora a Prefeitura precisa explicar, com transparência, qual é a situação real do dinheiro dos servidores”, afirmou.

Além do caso Master, a parlamentar chamou atenção para o Banco BRB, escolhido pela Prefeitura para processar a folha de pagamento de mais de 26 mil servidores pelos próximos cinco anos, cujo presidente foi afastado judicialmente por 60 dias. A operação da Polícia Federal que o afastou é a mesma que prendeu o presidente do Banco Master.

“Há alguns meses, o BRB tentou comprar 58% do Banco Master, uma operação que acabou rejeitada pelo Banco Central por falta de condições adequadas. Agora eu questiono, se o banco que vai administrar a folha dos servidores estava envolvido em negociações diretas com o mesmo grupo financeiro que agora está sob liquidação e investigação, como é que a Prefeitura não avaliou esse cenário com mais rigor?", questionou.

Para a vereadora, a situação exige cautela e explicações imediatas da atual gestão municipal. Ela defendeu que a Prefeitura apresente os relatórios de risco, as atas das reuniões que autorizaram a aplicação, os pareceres da consultoria contratada sem licitação e a posição atual do IPREV após a liquidação do Master. Também cobrou que seja apresentado um plano concreto para assegurar a integridade da aposentadoria dos trabalhadores.

“O servidor público não pode pagar a conta de uma operação sem transparência e sem justificativa técnica. Isto não é disputa política. É a defesa de direitos, responsabilidade, cuidado e respeito com aqueles que dedicaram suas vidas ao serviço público. A prefeitura precisa vir a público esclarecer o que será feito e os órgãos de controle apurar o caso com urgência. Não descansarei enquanto não houver respostas claras e garantias de que a aposentadoria dos servidores será preservada", finalizou.