A médica Nadia Tamyres, que confessou ter matado o ex-marido, o médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, disse que atirou porque teve medo de sofrer uma emboscada quando voltava para casa, no povoado Capim, zona rural de Arapiraca. O crime aconteceu na tarde desse domingo (16).
Em entrevista a um portal de notícias local, Nadia contou que, há um ano e meio, denunciou Alan por abuso contra a filha do casal e, desde então, vinha recebendo ameaças.
Ao chegar perto de casa, Nadia disse ter visto o carro de Alan parado sob uma árvore e achou a situação estranha. Ele estava perto da cunhada dela. “Fiquei com medo de passar e ser morta. Achei que era uma emboscada”, afirmou. A médica disse ainda que tem porte de arma desde 2020.
Ela contou que, ao chegar perto de casa, desceu do carro acreditando que seria atacada pelo ex-marido, Alan Carlos. Segundo ela, agiu movida pelo medo: afirmou que viu um movimento brusco dele e, temendo ser morta, disparou sua arma sem saber quantos tiros efetuou.
Nadia afirmou também que tinha uma medida protetiva que impedia o ex-companheiro de se aproximar dela em um raio de 300 metros e, por isso, estranhou a presença dele no trajeto de sua residência, sentindo-se acuada e convencida de que poderia estar diante de uma emboscada.
Durante a entrevista, Nadia também explicou que viveu 22 anos com Alan e que, cerca de um ano e meio antes do crime, o denunciou por abuso contra a filha do casal.
De acordo com ela, a denúncia foi motivada por sinais percebidos tanto por funcionários da casa quanto pela escola da criança. A partir desse episódio, a médica afirma que passou a ser ameaçada, o que levou sua defesa a solicitar uma medida protetiva, posteriormente concedida pela Justiça.
Nadia disse ainda que as ameaças teriam sido reforçadas pelo envolvimento de um primo de Alan, que, segundo ela, já havia cumprido pena no sistema prisional. O homem também passou a intimidá-la e, por isso, conseguiu outra medida protetiva, dessa vez voltada a ele.
Mesmo com o processo tramitando na Justiça e com a filha tendo sido ouvida em uma oitiva especial, a médica afirmou que Alan permaneceu em liberdade, o que aumentou o seu sentimento de insegurança.
Nos últimos dias, segundo Nadia, o medo se intensificou. Ela relatou que o primo de Alan teria sido visto nas proximidades do posto de saúde onde trabalha. A polícia chegou a ser acionada, mas o homem teria apresentado documentos falsos e fugido. Como ele continuava foragido, a médica disse que vivia apreensiva.
A filha do casal está sob os cuidados dos avós maternos. Após o homicídio, Nadia foi presa e segue detida, à espera da audiência de custódia marcada para esta segunda-feira (17).










